São Paulo, quarta-feira, 23 de junho de 2010

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Juiz contraria Obama e libera perfuração

Decisão judicial suspende moratória federal sobre exploração submarina de reservas de petróleo e gás natural

Casa Branca recorrerá para manter bloqueio imposto em reação a vazamento de óleo de plataforma da BP


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um juiz federal invalidou a moratória de seis meses imposta pelo presidente Barack Obama às perfurações petroleiras submarinas desde o começo do megavazamento, no golfo do México. Washington já avisou que irá recorrer.
Em decisão divulgada ontem, o juiz Martin Feldman, de Nova Orleans, não só invalidou a medida como proibiu o Departamento do Interior de colocá-la em prática.
No fim de março, Obama havia liberado a exploração de reservas no Atlântico, no norte do Alasca e no leste do próprio golfo do México.
Cerca de um mês depois, porém, ocorreu a explosão da plataforma da petroleira BP que deixou 11 mortos e iniciou um megavazamento de petróleo, considerado a pior tragédia ambiental da história americana.
Desde a explosão, teriam vazado entre 257 e 480 milhões de litros de petróleo.
O pedido de suspensão da moratória foi movido por empresas que prestam serviços para as petroleiras.
O juiz afirma, no texto, que o vazamento é um "desastre sem precedentes, triste, feio e desumano", mas pondera que o governo parece ter sido pressionado a estabelecer que "toda perfuração no golfo nos põe sob a ameaça de um dano irreparável".
Pela decisão, o governo fica proibido de aplicar a sua moratória até um julgamento, ainda sem data.
"É a coisa certa a se fazer, não só pela indústria, mas pelo país", disse Todd Hornbeck, CEO de uma das companhias autoras do processo.
O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse que Obama acredita "não fazer sentido" continuar perfurando sem saber o que aconteceu na plataforma da BP, e o Departamento do Interior argumentou que uma segunda explosão "arrasaria os esforços de reagir ao desastre".


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