São Paulo, terça-feira, 23 de julho de 2002

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PARAGUAI

Movimento visa pressionar por renúncia do presidente González Macchi

Oviedistas criam frente política

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O seguidores do ex-general Lino Oviedo e o grupo do vice-presidente paraguaio, Julio César Franco, criaram na sexta-feira a Frente Nacional -um novo movimento que visa pressionar pela renúncia do presidente Luiz González Macchi.
O primeiro ato da frente está marcado para o dia 15 de agosto e foi definido como uma ""megamobilização" na reunião inaugural da frente, sexta-feira, em Coronel Oviedo (Paraguai).
Os oviedistas tentam desvincular o ex-general do movimento, pois ele está proibido de liderar qualquer ato político no Brasil, onde está exilado. Na semana passada, quando houve mortes em atos pró-Oviedo, ele foi chamado a se explicar para o governo brasileiro.
Integrante do Partido Liberal, o vice-presidente Franco disse que seguirá apoiando as manifestações, mesmo que teoricamente integre o governo de Macchi. ""Prefiro estar ao lado do povo do que com os que o humilham e o fazem passar fome", disse ""Yoyito", como é conhecido.
Ele preferiu não fazer menção ao ato do dia 15.
O Partido Liberal tem o apoio da Unace (agremiação criada a partir da ala oviedista que deixou o Partido Colorado). Em eleições específicas para o cargo de vice-presidente, ""Yoyito" teve suporte no movimento.
A eleição para vice ocorreu porque Macchi era presidente do Senado e assumiu com o assassinato do vice-presidente Luis María Argaña em 1999. Oviedo e o então presidente, Raúl Cubas Grau, foram acusados de orquestrar a morte e se exilaram no Brasil. Em fevereiro, Cubas Grau voltou para o Paraguai, onde se entregou às autoridades e foi preso.
O liberal Hermes Saguier afirmou que serão convidados líderes de outros países -""incluindo do Mercosul"- e que já conta com o comprometimento de brasileiros e argentinos.
O deputado oviedista Luis Felipe Villamayor afirmou que Oviedo não está por trás da mobilização para o dia 15. Segundo Villamayor, o ex-general recebe constantemente, no Brasil, reclamações sobre presos e feridos em razão das manifestações ocorridas na semana passada.
Villamayor diz que não haverá mobilizações antes do dia 15. Mesmo assim, militares e policiais estão em estado de alerta e comerciantes mantêm lojas fechadas em alguns municípios paraguaios.



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