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ORIENTE MÉDIO
Fundador do braço armado do grupo, Shehada estava no topo de lista de terroristas procurados pelos israelenses
Israel ataca casa de líder do Hamas e mata 11
DA REDAÇÃO
Um caça F-16 israelense disparou em Gaza mísseis contra a casa
do homem mais procurado por
Israel, o xeque Salah Shehada, 40,
líder do braço armado do grupo
extremista Hamas. Fontes israelenses disseram que Shehada
morreu no ataque. O Hamas admitiu sua morte, mas depois a negou. Ao menos outras 11 pessoas
morreram na ação e até cem ficaram feridas, segundo testemunhas palestinas. Entre os mortos
estariam a mulher de Shehada e
três de seus filhos.
O Hamas afirmou que irá responder ao ataque. "Não apenas o
Hamas vingará seus mártires,
mas todo o povo palestino se unirá para vingá-los", disse Ismail
Haniyeh, porta-voz do grupo.
Shehada é fundador do Izzadin
al Qassam, braço militar do Hamas que reivindicou vários atentados suicidas contra Israel em
quase dois anos de Intifada (revolta palestina contra a ocupação
israelense). Ele estava havia dois
anos no topo da lista dos terroristas mais procurados pelo Exército
israelense e era tido como um
possível sucessor do xeque Ahmed Yassin como líder espiritual
do Hamas.
Com grande envolvimento em
atividades terroristas, Shehada foi
um dos líderes da primeira Intifada (1987-93) e passou alguns anos
em prisões israelenses. Segundo
Israel, ele esteve por trás de dezenas de atentados assumidos pelo
Hamas. Israel o acusa também de
participar da fabricação de mísseis Qassam, que foram disparados contra assentamentos judaicos dentro da faixa de Gaza e em
território israelense.
Nos últimos meses, o serviço de
segurança israelense recebeu informações de que Shehada estava
fazendo contatos com membros
do Hamas na Cisjordânia, apesar
da separação física das duas áreas.
Militantes do grupo em Nablus
estavam recebendo ordens dele.
Não foi a primeira vez que Israel
tentou matar Shehada. Em outras
ocasiões, ele conseguiu escapar.
Sabendo que era procurado, o líder do Hamas passou longos períodos em abrigos subterrâneos.
Quando o Exército considerou a
hipótese de realizar uma operação militar na faixa de Gaza, em
maio, a captura de Shehada era
um dos principais objetivos.
A Autoridade Nacional Palestina (ANP) disse que o ataque contra Shehada era um "crime contra a humanidade". Até o fechamento desta edição, Israel ainda não
havia comentado a ação.
Ao menos 1.447 palestinos e 559 israelenses morreram na Intifada,
iniciada em setembro de 2000.
Antes do ataque de ontem em Gaza, que pode intensificar ainda mais a Intifada, o chanceler de Israel, Shimon Peres, havia dito que seu país planejava se retirar de Belém e Hebron -duas das sete cidades palestinas reocupadas depois de atentados palestinos- após a ANP assumir a segurança local. O governo anunciou ainda que descongelará cerca de US$ 20 milhões confiscados da ANP.
As medidas eram fruto da retomada do diálogo entre as partes.
Com agências internacionais
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