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Passageiros tentaram, mas não arrombaram a cabine do vôo 93
DA REDAÇÃO
Os passageiros a bordo do vôo
93, da United Airlines, que caiu
em área rural da Pensilvânia, reagiram contra os seqüestradores,
mas não conseguiram entrar na
cabine do avião, concluiu a comissão do 11 de Setembro.
A afirmação, incluída no dramático relato do vôo, contradiz a
crença firme de algumas das famílias das vítimas segundo a qual
os passageiros tiveram acesso à
cabine e lutaram com os seqüestradores até os momentos finais.
Em ligações telefônicas realizadas de dentro do avião, um
Boeing-757, quatro passageiros
disseram que eles e outros viajantes planejavam enfrentar os seqüestradores depois de informados sobre os ataques ao World
Trade Center, em Nova York, realizados momentos antes.
Com as palavras "vamos derrubar", passageiros correram pelo
estreito corredor na tentativa de
subjugar os seqüestradores.
Baseada nas gravações da cabine e nas informações do vôo, a comissão afirma que, às 9h58, o piloto-terrorista Ziad Jarrah balançou violentamente as asas do
avião e disse a outro seqüestrador
para bloquear a porta.
"Às 10h, Jarrah estabilizou o
avião", disse o relatório.
Apenas cinco segundos mais
tarde, com os sons de luta fora da
cabine, Jarrah pergunta: "É isso?
Vamos terminar com isso?". Outro seqüestrador, não identificado, responde: "Ainda não. Quando todos vierem, terminamos".
Jarrah então começa a jogar o
nariz do avião para cima e para
baixo para tentar desequilibrar os
passageiros.
Segundos mais tarde, um passageiro que não foi identificado grita: "Para dentro da cabine! Se não
conseguirmos, morreremos!".
Mais 16 segundos, e outro passageiro grita: "Derrubem!".
Os investigadores já haviam dito que os passageiros provavelmente tentaram usar um carrinho
de comida para quebrar a porta.
Jarrah grita: "Allah é o maior!
Allah é o maior!". E pergunta ao
comparsa: "É isso? Quero dizer,
vamos derrubar?".
O outro seqüestrador responde:
"Sim, vamos para baixo".
Quase 90 segundos mais tarde,
o avião rodopiou e caiu num campo da Pensilvânia a mais de 928
km/h, matando todos a bordo.
A comissão concluiu que os seqüestradores permaneceram no
controle do avião, "mas devem ter
avaliado que os passageiros estavam a segundos de dominá-los".
A comissão disse que o destino
dos seqüestradores era Washington e elogiou a coragem dos passageiros, afirmando que sua luta
"salvou as vidas de inúmeros outros e pode ter salvo o Congresso
ou a Casa Branca da destruição".
A agência Associated Press relatou no ano passado que a teoria
do governo sobre o vôo 93 -descrita pelo diretor do FBI (polícia
federal americana), Robert Mueller, a investigadores do Congresso- também havia concluído
que passageiros enfrentaram os
terroristas, mas nunca chegaram
a entrar na cabine.
A queda do avião na Pensilvânia
tem sido alvo de várias especulações -uma das mais fortes é a de
que foi abatido por aviões militares, versão negada com veemência pelo Pentágono.
Com agências internacionais
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