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IRAQUE SOB TUTELA
Conferência Nacional Iraquiana será na próxima semana, anuncia Departamento de Estado americano
EUA matam 25 em confronto em Ramadi
DA REDAÇÃO
Um novo confronto entre marines e insurgentes em Ramadi, um
dos principais focos de violência
no oeste do Iraque, culminou ontem na morte de 25 insurgentes e
na prisão de outros 25, anunciou
o comando americano. A tensão
tem crescido nos últimos dias
com sucessivos confrontos e operações na região do Triângulo Sunita, onde ficam Ramadi e Fallujah, e com novos seqüestros de civis estrangeiros por terroristas.
Um corpo sem cabeça usando
um macacão laranja foi encontrado em Beiji, 250 km ao norte de
Bagdá, às margens do rio Tigre.
Suspeita-se que ele pertença a
Ivailo Kepov, um dos dois caminhoneiros búlgaros seqüestrados
no início do mês.
A Chancelaria búlgara confirmou que um corpo decapitado
achado na mesma região na semana passada pertencia ao motorista Georgi Lazov, capturado
com Kepov quando fazia uma entrega em Mossul (norte do país).
Por sua vez, o governo queniano exortou seus cidadãos a saírem
do Iraque. Anteontem, foi anunciado o seqüestro de mais sete civis estrangeiros: três quenianos,
três indianos e um egípcio. Os
captores exigem que os civis desses países deixem o Iraque e que a
empresa para a qual os reféns trabalham, a kuaitiana KGL, encerre
suas atividades no país -caso
contrário, matarão um refém a
cada 72 horas, contando das 20h
de anteontem.
O embate em Ramadi, que durou horas e deixou 17 iraquianos e
14 militares americanos feridos,
começou quando insurgentes detonaram uma bomba artesanal
perto de uma caravana dos marines na tarde de quarta. O confronto cresceu e acabou envolvendo
cerca de cem iraquianos, segundo
o comando americano.
Em Bagdá, a polícia enfrentou
insurgentes na praça Haifa durante uma operação que, segundo
as forças iraquianas, culminou na
prisão de cerca de 200 pessoas, inclusive "árabes não-iraquianos".
Autoridades locais e americanas acusam estrangeiros de participarem da insurgência. Ontem, o
Kuait anunciou a prisão, na semana passada, de cerca de 20 pessoas
suspeitas de pertencerem à rede
Al Qaeda e de recrutarem combatentes para lutar no Iraque.
Conferência Nacional
Apesar da violência crescente, o
Departamento de Estado dos
EUA anunciou que a Conferência
Nacional Iraquiana ocorrerá na
próxima semana e reunirá mais
de mil representantes da sociedade iraquiana, de políticos e chefes
tribais a professores e membros
de entidades civis. Será o primeiro
evento político no país desde a devolução de sua soberania perante
a ONU, em 28 de maio.
No encontro, serão escolhidos
os cem membros do Conselho
Nacional Interino, que servirá como o legislativo iraquiano até a
eleição de um Parlamento, marcada para janeiro próximo, e terá
pode de veto sobre as decisões do
governo interino. Entre as missões do grupo está ainda a redação da Constituição permanente.
Também ontem, a ONU anunciou que seu novo representante
no país, o paquistanês Ashraf Jehangir Qazi, chegará em agosto,
acompanhado de uma pequena
equipe técnica que reabrirá a missão da entidade em Bagdá. Qazi
substituirá o brasileiro Sérgio
Vieira de Mello, morto em agosto
passado em um atentado contra a
sede da ONU na capital iraquiana.
O premiê interino iraquiano,
Iyad Allawi, pediu que países árabes e islâmicos contribuíssem
com o contingente encarregado
da segurança da equipe.
Com agências internacionais
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