São Paulo, sexta-feira, 23 de julho de 2004

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IRAQUE SOB TUTELA

Conferência Nacional Iraquiana será na próxima semana, anuncia Departamento de Estado americano

EUA matam 25 em confronto em Ramadi

DA REDAÇÃO

Um novo confronto entre marines e insurgentes em Ramadi, um dos principais focos de violência no oeste do Iraque, culminou ontem na morte de 25 insurgentes e na prisão de outros 25, anunciou o comando americano. A tensão tem crescido nos últimos dias com sucessivos confrontos e operações na região do Triângulo Sunita, onde ficam Ramadi e Fallujah, e com novos seqüestros de civis estrangeiros por terroristas.
Um corpo sem cabeça usando um macacão laranja foi encontrado em Beiji, 250 km ao norte de Bagdá, às margens do rio Tigre. Suspeita-se que ele pertença a Ivailo Kepov, um dos dois caminhoneiros búlgaros seqüestrados no início do mês.
A Chancelaria búlgara confirmou que um corpo decapitado achado na mesma região na semana passada pertencia ao motorista Georgi Lazov, capturado com Kepov quando fazia uma entrega em Mossul (norte do país).
Por sua vez, o governo queniano exortou seus cidadãos a saírem do Iraque. Anteontem, foi anunciado o seqüestro de mais sete civis estrangeiros: três quenianos, três indianos e um egípcio. Os captores exigem que os civis desses países deixem o Iraque e que a empresa para a qual os reféns trabalham, a kuaitiana KGL, encerre suas atividades no país -caso contrário, matarão um refém a cada 72 horas, contando das 20h de anteontem.
O embate em Ramadi, que durou horas e deixou 17 iraquianos e 14 militares americanos feridos, começou quando insurgentes detonaram uma bomba artesanal perto de uma caravana dos marines na tarde de quarta. O confronto cresceu e acabou envolvendo cerca de cem iraquianos, segundo o comando americano.
Em Bagdá, a polícia enfrentou insurgentes na praça Haifa durante uma operação que, segundo as forças iraquianas, culminou na prisão de cerca de 200 pessoas, inclusive "árabes não-iraquianos".
Autoridades locais e americanas acusam estrangeiros de participarem da insurgência. Ontem, o Kuait anunciou a prisão, na semana passada, de cerca de 20 pessoas suspeitas de pertencerem à rede Al Qaeda e de recrutarem combatentes para lutar no Iraque.

Conferência Nacional
Apesar da violência crescente, o Departamento de Estado dos EUA anunciou que a Conferência Nacional Iraquiana ocorrerá na próxima semana e reunirá mais de mil representantes da sociedade iraquiana, de políticos e chefes tribais a professores e membros de entidades civis. Será o primeiro evento político no país desde a devolução de sua soberania perante a ONU, em 28 de maio.
No encontro, serão escolhidos os cem membros do Conselho Nacional Interino, que servirá como o legislativo iraquiano até a eleição de um Parlamento, marcada para janeiro próximo, e terá pode de veto sobre as decisões do governo interino. Entre as missões do grupo está ainda a redação da Constituição permanente.
Também ontem, a ONU anunciou que seu novo representante no país, o paquistanês Ashraf Jehangir Qazi, chegará em agosto, acompanhado de uma pequena equipe técnica que reabrirá a missão da entidade em Bagdá. Qazi substituirá o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, morto em agosto passado em um atentado contra a sede da ONU na capital iraquiana.
O premiê interino iraquiano, Iyad Allawi, pediu que países árabes e islâmicos contribuíssem com o contingente encarregado da segurança da equipe.


Com agências internacionais

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