São Paulo, sexta-feira, 23 de julho de 2004

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Casos de abusos superam estimativas, diz Exército

DA REDAÇÃO

Uma investigação conduzida pelo Exército dos EUA identificou 94 casos confirmados ou suspeitos de abusos de prisioneiros por soldados americanos no Iraque e no Afeganistão desde 2001, mostrou um relatório divulgado ontem. O número supera qualquer estimativa anterior, mas o relatório afirma que os maus-tratos não são um padrão entre as tropas.
Após a apresentação do documento, o chefe do Estado-Maior do Exército, general Peter Schoomaker, declarou que as violações eram "compreensíveis, mas não perdoáveis". "Isso aconteceu no meio de uma algazarra", disse.
O documento do Exército afirma que os casos são isolados e que não foram identificadas falhas sistêmicas às quais possam ser atribuídas as violações. Mas critica a comunicação do comando com os recrutas, além de recomendar com urgência a melhora do treinamento e do monitoramento dos interrogatórios no exterior.
Senadores democratas (oposição) apontaram deficiências no treinamento militar e pontos inconsistentes na doutrina citada no relatório. "É difícil crer que não haja problemas sistêmicos em nossas operações de prisão e interrogatório", disse o senador Carl Levin, líder democrata na Comissão de Serviços Armados.
Tanto o general Schoomaker quanto o secretário em exercício do Exército aceitaram a responsabilidade pelos abusos, mas reiteraram que as violações cometidas por recrutas ou oficiais subalternos não tiveram anuência dos comandantes. "Essas ações, embora lamentáveis, são aberrações", disse o secretário Les Brownlee.
O escândalo dos maus-tratos estourou no fim de abril, quando vieram à tona centenas de fotos tiradas pelos guardas americanos na prisão bagdali de Abu Ghraib. Nas imagens, eles surgiam batendo ou humilhando prisioneiros.
Desde então, sete soldados foram indiciados. O único já levado a julgamento, Jeremy Sivits, foi condenado a um ano de prisão e expulso do Exército.


Com agências internacionais

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