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TRAGÉDIA
Governo revê número depois de anunciar 139 mortos
Descarrilamento de trem mata 36, e Turquia não descarta sabotagem
DA REDAÇÃO
O descarrilamento de um trem
de alta velocidade que ia de Istambul a Ancara, na Turquia, deixou
36 mortos e pelo menos 68 feridos
ontem, segundo informou o primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan. Autoridades do país não
descartam a possibilidade de um
ato de sabotagem.
Mais cedo, o Ministério da Saúde do país havia dito que os mortos chegavam a 139. Mas os dados
foram revistos horas depois.
O governo turco alegou que os
balanços anteriores, "errôneos",
foram feitos em meio ao caos provocado pelo desastre e a "informações contraditórias" transmitidas às autoridades.
Forte aliado dos EUA e de Israel
e uma espécie de ponte entre o
Oriente e o Ocidente, a Turquia
sofreu quatro atentados em novembro do ano passado, contra
duas sinagogas, o Consulado do
Reino Unido e um banco britânico, todos em Istambul.
A autoria dos ataques, com um
saldo de mais de 60 mortos, foi
reivindicada pelas Brigadas de
Abu Hafs al Masri, grupo ligado à
rede terrorista Al Qaeda, responsável pelos atentados do 11 de Setembro. O grupo também assumiu a autoria dos ataques coordenados que atingiram o metrô de
Madri em março deste ano, causando a morte de 192 pessoas e ferindo mais de 1.400.
"Todas as possibilidades"
"Estamos avaliando todas as
possibilidades", disse Muammer
Turker, chefe do serviço de emergência de Sakarya, Província onde
ocorreu o desastre, ao ser questionado se sabotagem era uma possibilidade. Havia suspeita ainda
de que poderia ter havido falha
mecânica.
O premiê Erdogan cancelou
uma viagem à Bósnia prevista para hoje e foi ao local do acidente.
Segundo o chefe do serviço ferroviário, Suleyman Karaman,
uma equipe foi enviada ao local
para investigar o caso e determinar a causa do desastre, que pode
ser anunciada hoje.
Pelo menos quatro vagões do
trem descarrilaram e colidiram
perto do localidade de Pamukova,
a 183 km de Istambul, às 19h45, no
horário local (14h15 em Brasília).
O trem levava 234 passageiros e
nove funcionários no momento
do acidente.
"O trem estava um pouco rápido nas curvas", disse Namik Kemal Ozden, um dos sobreviventes, hospitalizado. "Houve vibrações. Meu primo e eu nos abraçamos. As janelas quebraram, e caímos. Só entendemos o que havia
acontecido quando saímos."
A escuridão dificultava as operações de resgate, com soldados
buscando os destroços e tratando
os feridos com lanternas. "A cena
é de uma carnificina", disse o jornalista Oguz Dizer, que viajava
pela região, a uma rede de TV turca. "Há pedaços de corpos por todos os lados."
Controvérsias
O trem de alta velocidade havia
começado a operar no início de
junho em meio a controvérsias,
com alegações de que os trilhos
estavam velhos demais e não
agüentariam o impacto dos novos
trens.
Karaman afirmou que o condutor teria dito que o trem estava
viajando em uma velocidade normal e que "não podia entender o
que havia dado errado".
Não se sabia, no entanto, a velocidade exata da composição, cuja
locomotiva é capaz de alcançar
150 km/hora, no momento do acidente.
Com agências internacionais
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