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Annan vem ao Rio para o velório de Vieira de Mello
DE NOVA YORK
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O secretário-geral da ONU, Kofi
Annan, deve chegar na manhã de
hoje ao Rio de Janeiro para o velório do diplomata brasileiro Sérgio
Vieira de Mello, 55, morto no
atentado de terça-feira contra o
prédio da ONU em Bagdá.
O ganense e o brasileiro eram
amigos próximos, e Vieira de Mello, representante especial da
ONU no Iraque, era visto como
possível sucessor de Annan.
O corpo deve chegar hoje pela
manhã à Base Aérea do Galeão,
no Rio, onde haverá uma cerimônia militar. A previsão do Itamaraty é que o avião da Força Aérea
Brasileira enviado a Bagdá para
pegar o corpo chegue às 9h.
Após a cerimônia, será transferido para o Palácio da Cidade, sede social da Prefeitura do Rio, em
Botafogo (zona sul), onde será velado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá participar.
Em Bagdá, também houve uma
cerimônia solene, ontem, no momento em que o corpo foi embarcado. O caixão, coberto pela bandeira da ONU, foi carregado por
seis homens, ao som de gaitas de
foles. O administrador americano
do Iraque, Paul Bremer, chorou
durante a homenagem ao brasileiro.
Em seguida, o avião voou para
Genebra, na Suíça, onde os dois filhos e a viúva de Vieira de Mello,
de nacionalidade francesa, se juntaram à comitiva.
O avião, conhecido por "sucatão", pois está em operação desde
a década de 60, também transportaria o corpo de outros cinco funcionários da ONU, vítimas do
mesmo atentado.
Mas, devido a burocracias da
administração americana em
Bagdá, o avião viajou apenas com
o corpo do brasileiro e de sua chefe de gabinete. A retirada dos demais corpos não foi autorizada. A
ONU havia pedido ao governo
brasileiro a "gentileza" de transportar os corpos para Genebra.
Segundo o Itamaraty, o chanceler Celso Amorim teve de falar anteontem com o secretário de Estados dos EUA, ganense Powell, para que fosse facilitada a retirada
do corpo de Vieira de Mello.
Amanhã, por volta das 14h, o
corpo voltará para Genebra no
mesmo avião.
O corpo será enterrado na cidade francesa de Thonon, próxima a
Genebra. A mulher e os filhos de
Vieira de Mello manifestaram o
desejo de enterrá-lo na França.
O velório no Brasil e o enterro
na Europa foram uma maneira de
conciliar o desejo dos filhos do
brasileiro de ter o pai enterrado
perto deles e da mãe e da irmã de
Vieira de Mello, que moram no
Rio de Janeiro. A mãe, Gilda Vieira de Mello, 85, não poderia viajar
para o exterior por causa do seu
estado de saúde.
O governo não informou quanto custou a operação para buscar
o corpo de Vieira de Mello.
(ROBERTO DIAS E ANDRÉ SOLIANI)
Colaborou a Sucursal do Rio
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