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Opositores no Irã têm destino incerto em prisões clandestinas
Regime é acusado por reformistas de transigir com tortura contra detidos por protestos após eleições
DO "FINANCIAL TIMES"
Em sinal de até que ponto as
coisas se agravaram no Irã, algumas das pessoas detidas nas
últimas semanas expressaram
alívio por terem sido encaminhadas a Evin, o presídio no
norte de Teerã, cujo nome há
décadas é sinônimo de terror.
Não que Evin, que opera sob
controle parcial do Ministério
da Informação, tenha adotado
um regime mais frouxo para os
manifestantes presos nos levantes pós-eleitorais de junho.
A questão é que as demais escolhas são vistas como piores.
"Ao menos você sabe que está sendo interrogado por um
órgão com obrigações relevantes, em prisão registrada, e a
probabilidade de tortura física
é menor", diz um reformista.
Muitos detidos estão sendo
encaminhados a instituições
sem registros confiáveis e sobre
as quais nem sempre está claro
quem exerce o controle.
Um desses centros, o Kahrizak, foi fechado por ordem do
aiatolá Ali Khamenei, após acusações de torturas e mortes.
Os protestos após as eleições
de junho resultaram na prisão
de centenas de manifestantes e
em 20 mortes. Na semana passada, opositores disseram que
ao menos 69 pessoas morreram, algumas após sofrerem
tortura em centros de detenção
não registrados.
O líder religioso Mehdi Karroubi alega que pelo menos
uma mulher foi estuprada e
morreu, em Kahrizak.
Em uma sociedade conservadora como a do Irã, se comprovada, uma acusação de violência sexual contra uma mulher
seria prejudicial ao regime.
O Legislativo iraniano disse
ter investigado as alegações e
que as considera infundadas.
Isso, porém, não acalmou os temores de que incidentes semelhantes possam estar acontecendo em outras prisões.
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