São Paulo, domingo, 23 de agosto de 2009

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Opositores no Irã têm destino incerto em prisões clandestinas

Regime é acusado por reformistas de transigir com tortura contra detidos por protestos após eleições

DO "FINANCIAL TIMES"

Em sinal de até que ponto as coisas se agravaram no Irã, algumas das pessoas detidas nas últimas semanas expressaram alívio por terem sido encaminhadas a Evin, o presídio no norte de Teerã, cujo nome há décadas é sinônimo de terror.
Não que Evin, que opera sob controle parcial do Ministério da Informação, tenha adotado um regime mais frouxo para os manifestantes presos nos levantes pós-eleitorais de junho. A questão é que as demais escolhas são vistas como piores.
"Ao menos você sabe que está sendo interrogado por um órgão com obrigações relevantes, em prisão registrada, e a probabilidade de tortura física é menor", diz um reformista.
Muitos detidos estão sendo encaminhados a instituições sem registros confiáveis e sobre as quais nem sempre está claro quem exerce o controle.
Um desses centros, o Kahrizak, foi fechado por ordem do aiatolá Ali Khamenei, após acusações de torturas e mortes.
Os protestos após as eleições de junho resultaram na prisão de centenas de manifestantes e em 20 mortes. Na semana passada, opositores disseram que ao menos 69 pessoas morreram, algumas após sofrerem tortura em centros de detenção não registrados.
O líder religioso Mehdi Karroubi alega que pelo menos uma mulher foi estuprada e morreu, em Kahrizak.
Em uma sociedade conservadora como a do Irã, se comprovada, uma acusação de violência sexual contra uma mulher seria prejudicial ao regime.
O Legislativo iraniano disse ter investigado as alegações e que as considera infundadas. Isso, porém, não acalmou os temores de que incidentes semelhantes possam estar acontecendo em outras prisões.


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