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GUERRA SEM LIMITES
Para EUA, ataque seria contra o regime, não país, diz jornal
Ação teria foco em Saddam; estrutura seria poupada
DA REDAÇÃO
Uma eventual ação militar dos
Estados Unidos contra o Iraque
deverá ser focada no ditador Saddam Hussein e nas forças mais
próximas que o sustentam no poder. A infra-estrutura do país e até
mesmo forças militares supostamente menos comprometidas
com Saddam seriam poupadas.
A informação é do diário "The
Washington Post", baseada em
fontes militares que planejam a
operação contra o Iraque. Seria
um ataque contra o regime de
Saddam, não contra o país.
"Nosso interesse é fazer uma
operação bem rápida, derrubar o
regime, e depois sair, mostrando
que será uma ação libertadora,
não de ocupação", afirmou um
dos planejadores militares americanos ao jornal.
A ação militar americana deverá acontecer simultaneamente
pelo ar e por terra. Na Guerra do
Golfo, em 1991, primeiro houve
um forte bombardeio aéreo que
durou cinco semanas antes das
grandes operações terrestres.
Agora o bombardeio inicial deverá durar um ou dois dias, porém de forma muito mais intensa
do que na Guerra do Golfo. Previsões mais conservadoras falam
em no máximo dez dias ou duas
semanas de ataques aéreos.
Os alvos serão, inicialmente, as
baterias antiaéreas e aparatos que
sirvam para o lançamento de armas químicas e biológicas. Em seguida, será a vez dos denominados "alvos do regime", como os
palácios presidenciais, os guarda-costas de Saddam, sistemas de comunicação militar, instalações da
polícia secreta e as bases da Guarda Republicana (principal força
de elite de Saddam).
O objetivo será evitar o sofrimento da população com os ataques, derrubando o regime de
Saddam o mais rapidamente possível, segundo afirmam os planejadores militares americanos.
"Não iremos destruir pontes e
outros alvos de infra-estrutura. O
alvo será o regime", diz o general
da reserva Thomas McInerney.
As forças militares que se renderem ou não oferecerem resistência também deverão ser poupadas
nos ataques, segundo uma pessoa
que conhece bem o pensamento
da Força Aérea dos EUA.
Dúvidas
O plano de ataque ainda não está completo, porém, segundo militares, já está tomando forma. Já
estão definidos os alvos, o tamanho do contingente militar e
quais armas serão utilizadas.
Porém há algumas dúvidas que
dificultam a adoção de um plano
definitivo. Os EUA não sabem
qual será o comportamento de
Saddam, tido como imprevisível,
tampouco se os militares do país
continuariam leais ou não a ele.
Existe ainda o temor de que haja
uma resposta israelense a um
possível ataque iraquiano (leia
texto ao lado) e de que forças dos
EUA possam enfrentar dificuldades em ações terrestres em Bagdá
e outras cidades iraquianas.
Sobre o comportamento de
Saddam, os EUA temem que ele
comece a fazer uso de armas químicas e biológicas contra o Kuait
e o Qatar, onde há um grande número de forças americanas, caso
perceba uma movimentação militar que indique um iminente ataque contra o seu regime.
Os EUA também buscam evitar
ao máximo efeitos colaterais de
bombardeios. No caso de ataque a
uma instalação com armas químicas, existe o risco de dispersão
de gases tóxicos no ar, atingindo
posteriormente centros populacionais não apenas do Iraque, como também de países vizinhos.
O presidente dos EUA, George
W. Bush, já está a par de todas as
opções militares em estudo.
O secretário da Defesa, Donald
Rumsfeld, ao comentar a reportagem do "Washington Post", disse
que a informação foi baseada em
oficiais de baixo escalão, "mas é
óbvio que estamos contra o regime, não contra o povo".
Em viagem à Polônia, onde participa de reunião da Otan (aliança
militar ocidental), Rumsfeld confirmou que a ação desta vez será
bem diferente da realizada na
Guerra do Golfo.
Com agências internacionais
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