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Itamaraty
reitera ter sido
surpreendido
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Numa audiência pública
convocada às pressas pela
Comissão de Relações Exteriores do Senado, o embaixador Gonçalo Mourão
classificou ontem de
agressiva, grosseira e violenta a atitude do governo
interino de Honduras de
cortar a água e a energia da
embaixada brasileira.
Responsável pelo departamento de América Central e Caribe do Itamaraty,
Mourão reafirmou a versão de que o governo brasileiro foi surpreendido
pela chegada de Zelaya.
"Ele quase que se materializou na embaixada."
Questionado se não foi
um erro o Brasil ter permitido a entrada de outras
pessoas além de Zelaya na
embaixada, Mourão afirmou: "A embaixada lá é
uma casa que não tem
quase muros. De repente
aparecem 40, 50 pessoas
entusiasmadas porque o
seu presidente está voltando, isso é natural. A
Embaixada do Brasil lá
tem um policial, que é um
guarda. Você não tem como evitar que essa coisa
aconteça".
Segundo o embaixador,
não há nenhum plano estabelecido para o caso de a
embaixada ser invadida
pelo governo golpista. Em
tom irônico, acrescentou:
"Uma coisa eu espero: que
a gente não mande os marines. Eu quero um Brasil
que converse, negocie, entenda e seja entendido. O
Brasil não é feito para dar
um tapa".
A Comissão de Relações
Exteriores do Senado
aprovou um voto de censura e repúdio ao cerco
militar à embaixada. A Câmara dos Deputados também aprovou moção de repúdio.
(LETÍCIA SANDER)
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