São Paulo, quarta-feira, 23 de setembro de 2009

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Itamaraty reitera ter sido surpreendido

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Numa audiência pública convocada às pressas pela Comissão de Relações Exteriores do Senado, o embaixador Gonçalo Mourão classificou ontem de agressiva, grosseira e violenta a atitude do governo interino de Honduras de cortar a água e a energia da embaixada brasileira.
Responsável pelo departamento de América Central e Caribe do Itamaraty, Mourão reafirmou a versão de que o governo brasileiro foi surpreendido pela chegada de Zelaya. "Ele quase que se materializou na embaixada."
Questionado se não foi um erro o Brasil ter permitido a entrada de outras pessoas além de Zelaya na embaixada, Mourão afirmou: "A embaixada lá é uma casa que não tem quase muros. De repente aparecem 40, 50 pessoas entusiasmadas porque o seu presidente está voltando, isso é natural. A Embaixada do Brasil lá tem um policial, que é um guarda. Você não tem como evitar que essa coisa aconteça".
Segundo o embaixador, não há nenhum plano estabelecido para o caso de a embaixada ser invadida pelo governo golpista. Em tom irônico, acrescentou: "Uma coisa eu espero: que a gente não mande os marines. Eu quero um Brasil que converse, negocie, entenda e seja entendido. O Brasil não é feito para dar um tapa".
A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou um voto de censura e repúdio ao cerco militar à embaixada. A Câmara dos Deputados também aprovou moção de repúdio. (LETÍCIA SANDER)


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