São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Tunisianos têm orgulho de revolta árabe

DO ENVIADO A TÚNIS

Por trás da sua banca de frutas no bairro de El Kram, na periferia de Túnis, o ambulante Mohamad Samari não consegue evitar a lembrança de um colega que ganhou fama mundial de forma trágica, há quase um ano.
Mesmo nome, mesma idade e profissão, Samari, 26, se emociona ao falar de Mohamed Bouazizi, que morreu após atear fogo ao corpo num esquecido vilarejo no centro do país, quando teve confiscada a balança que usava para ganhar a vida.
"Somos todos um pouco Bouazizi", diz Samari, identificado com o desespero que levou Bouazizi ao suicídio. O gesto deflagrou uma onda de protestos na Tunísia que se transformaria no estopim da Primavera Árabe.
"Depois da revolução, a polícia parou de me arrancar dinheiro. Só queremos um pouco de justiça", afirma. A história de Bouazizi e da revolução que ele inspirou é motivo de indisfarçável orgulho para os tunisianos.
No último comício, na sexta-feira em Túnis, o líder do partido Nahda usou o sentimento para inflamar milhares de presentes num estádio.
"Levantem a cabeça, tunisianos", disse o carismático Rachid Ghannouchi. "Sua revolução se espalhou da Líbia até Wall Street."
Nos bairros pobres da capital e no interior do país, o discurso de Ghannouchi tem forte apelo por causa do islã e da imagem de honestidade do Nahda. (MN)



Texto Anterior: Islâmicos e secularistas dividem Tunísia
Próximo Texto: Gaddafi foi alvo de tiroteio, diz militar
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.