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memória
Rompimento coroa mês ruim para Chávez
DE CARACAS
O fim do envolvimento de
Hugo Chávez nas negociações com as Farc é outro episódio negativo num mês já
bastante tumultuado para o
presidente venezuelano, às
vésperas do referendo sobre
a sua reforma constitucional,
daqui a nove dias.
No dia 5, o ex-ministro da
Defesa Raúl Isaías Baduel,
aliado de Chávez desde 1982,
surpreendeu ao chamar o
projeto de reforma de "golpe
de Estado", em episódio conhecido como "Baduelazo".
Dois dias depois, um enfrentamento no campus da
Universidade Central da Venezuela entre oposicionistas
e chavistas armados deixou
um saldo de nove universitários da oposição feridos.
No dia 10, Chávez teve um
altercado com o premiê espanhol, José Luis Rodríguez
Zapatero, durante a Cúpula
Ibero-Americana, no Chile.
Irritado, o rei Juan Carlos interveio com o "por que não se
cala?", desatando uma crise
diplomática.
Tudo isso num mês em
que a crise de desabastecimento na Venezuela aumentou sensivelmente por causa
da escassez de leite, impossível de comprar sem enfrentar filas de até seis horas ou
no mercado paralelo a preços
inflacionados. Segundo pesquisa do instituto Datanálisis divulgada ontem, 46%
dos venezuelanos culpam o
governo pelo problema.
Mesmo a saúde presidencial esteve debilitada devido
a uma suposta forte gripe,
que obrigou Chávez a cancelar dois programas "Alô Presidente". Há rumores, no entanto, de que ele padece de
um problema de hérnia.
O presidente venezuelano,
claro, reagiu atacando: chamou Baduel de "traidor", disse que os estudantes são "filhinhos de papai" e acusou o
rei espanhol de apoiar o golpe de Estado de 2002. Sobre
o problema de saúde, disse
que foi envenenado por uma
"nuvem negra vinda do norte" e que parou em cima dele
quando visitava Cuba, no
mês passado.
(FM)
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