São Paulo, sexta-feira, 23 de novembro de 2007

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memória

Rompimento coroa mês ruim para Chávez

DE CARACAS

O fim do envolvimento de Hugo Chávez nas negociações com as Farc é outro episódio negativo num mês já bastante tumultuado para o presidente venezuelano, às vésperas do referendo sobre a sua reforma constitucional, daqui a nove dias.
No dia 5, o ex-ministro da Defesa Raúl Isaías Baduel, aliado de Chávez desde 1982, surpreendeu ao chamar o projeto de reforma de "golpe de Estado", em episódio conhecido como "Baduelazo".
Dois dias depois, um enfrentamento no campus da Universidade Central da Venezuela entre oposicionistas e chavistas armados deixou um saldo de nove universitários da oposição feridos.
No dia 10, Chávez teve um altercado com o premiê espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, durante a Cúpula Ibero-Americana, no Chile. Irritado, o rei Juan Carlos interveio com o "por que não se cala?", desatando uma crise diplomática.
Tudo isso num mês em que a crise de desabastecimento na Venezuela aumentou sensivelmente por causa da escassez de leite, impossível de comprar sem enfrentar filas de até seis horas ou no mercado paralelo a preços inflacionados. Segundo pesquisa do instituto Datanálisis divulgada ontem, 46% dos venezuelanos culpam o governo pelo problema.
Mesmo a saúde presidencial esteve debilitada devido a uma suposta forte gripe, que obrigou Chávez a cancelar dois programas "Alô Presidente". Há rumores, no entanto, de que ele padece de um problema de hérnia.
O presidente venezuelano, claro, reagiu atacando: chamou Baduel de "traidor", disse que os estudantes são "filhinhos de papai" e acusou o rei espanhol de apoiar o golpe de Estado de 2002. Sobre o problema de saúde, disse que foi envenenado por uma "nuvem negra vinda do norte" e que parou em cima dele quando visitava Cuba, no mês passado. (FM)


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