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Kirchner demite chefe de inteligência
Militar teria feito lobby por demissão de ministra da Defesa; ex-delegado é preso por desaparecimentos
O governo argentino se valeu
de espionagem contra o chefe
de inteligência do Exército, general Osvaldo Montero, e decidiu demiti-lo por supostamente conduzir operações para impedir que a ministra da Defesa,
Nilda Garré, continuasse em
seu cargo, segundo publicaram
ontem jornais argentinos.
A decisão de demitir Montero foi tomada depois que a Side
(Secretaria de Inteligência do
Estado) revelou escutas telefônicas em que o general discutia
com pessoas próximas ao atual
ministro do Interior, Aníbal
Fernández, a possibilidade de
que ele substituísse Garré no
governo Cristina Kirchner.
A operação de Montero teve
o efeito oposto; fez com que, revertendo a tendência inicial, o
governo decidisse manter Garré em seu posto. Fernández
também continuará no governo Cristina, agora à frente da
pasta da Justiça.
A espionagem e a demissão
do chefe de inteligência constituem um novo capítulo na tumultuada relação do governo
Kirchner com as Forças Armadas. Alguns setores vêem com
desagrado a política revisionista de direitos humanos do presidente e há uma unânime reclamação de que há poucos recursos para Exército, Marinha
e Aeronáutica.
Garré assumiu o Ministério
da Defesa em dezembro de
2005. Antes, era embaixadora
da Argentina na Venezuela. A
demissão de Montero deixa em
situação delicada o comandante do Exército, general Roberto
Bendini, que era próximo dele.
Prisão
O ex-delegado Luis Patti foi
preso ontem ao ir depor sobre
supostos crimes cometidos durante a última ditadura militar
argentina (1976-1983). Patti é
acusado de ser responsável pelo desaparecimento de ao menos quatro pessoas na delegacia que chefiava, em Escobar
(Grande Buenos Aires).
A defesa de Patti havia contestado a possibilidade de ele
ser julgado em primeira instância por possuir foro privilegiado, já que foi eleito deputado
em 2005. A Câmara dos Deputados, porém, negou a posse a
Patti, em causa que ainda tramita na Justiça; ele teve seu pedido de foro privilegiado negado e a prisão ordenada.
Patti disputou neste ano as
eleições ao governo de Buenos
Aires, mas teve pouco mais de
1% dos votos.
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