|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
saiba mais
Peru passa por boom literário e cultural
DA REPORTAGEM LOCAL
O Peru ainda é um dos
países mais pobres e isolados da América Latina.
Entretanto, nos últimos
tempos, uma nova "movida" cultural motivada por
certa onda de otimismo
vem chamando a atenção
internacional.
O bom momento nas letras é acompanhado pela
abertura de novas livrarias, o sucesso de uma revista de "new journalism"
("Etiqueta Negra") e um
"boom" gastronômico,
com chefs peruanos sendo
requisitados e exportados
para os EUA e a Europa.
O fenômeno corresponde a uma gradual recuperação da estabilidade democrática, que teve início
com o fim do governo Alberto Fujimori (1990-2000), e depois da prisão
do temido líder do Sendero Luminoso, Abimael
Guzmán, em 1992.
Destaca-se nesse cenário um grupo de jovens escritores que acumula prêmios e críticas favoráveis e
tem estado nos festivais
mais badalados do planeta, como o Hay-on-Wye
(britânico, mas exportado
também para outros países), o PEN (EUA) e até a
nossa Flip (Festa Literária
Internacional de Paraty).
Santiago Roncagliolo,
32, é um dos principais nomes dessa geração. Seu romance "Abril Vermelho",
que tem o Peru pós-Sendero Luminoso como pano de fundo, venceu o prêmio Alfaguara de 2006 e
foi publicado no Brasil no
começo deste ano.
Nele, um crime misterioso cometido em Ayacucho sugere que o grupo
guerrilheiro continua
atuando mesmo depois da
prisão dos membros de
sua cúpula.
Outros autores também
vêm colocando suas lentes
na história recente do país.
É o caso de Alonso Cueto,
53. Seu livro, "A Hora
Azul" (Objetiva), levou o
prêmio Herralde, outra referência da literatura em
espanhol. Conta a história
de um advogado que descobre que o pai, um oficial
da Marinha, na verdade
havia sido um torturador
no embate entre o Sendero e Forças Armadas.
Também entre eles está
Daniel Alarcón, 29, destaque da revista "Granta",
publicação britânica famosa por revelar nomes,
como Ian McEwan, Martin Amis e outros. Dele,
saiu no Brasil "Rádio Cidade Perdida" (Rocco).
Alarcón e Roncagliolo
estiveram na última Bienal do Livro do Rio.
(SC)
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Terrorista indica "biblioteca básica" para fazer a revolução Índice
|