São Paulo, domingo, 23 de dezembro de 2007

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Peru passa por boom literário e cultural

DA REPORTAGEM LOCAL

O Peru ainda é um dos países mais pobres e isolados da América Latina. Entretanto, nos últimos tempos, uma nova "movida" cultural motivada por certa onda de otimismo vem chamando a atenção internacional.
O bom momento nas letras é acompanhado pela abertura de novas livrarias, o sucesso de uma revista de "new journalism" ("Etiqueta Negra") e um "boom" gastronômico, com chefs peruanos sendo requisitados e exportados para os EUA e a Europa.
O fenômeno corresponde a uma gradual recuperação da estabilidade democrática, que teve início com o fim do governo Alberto Fujimori (1990-2000), e depois da prisão do temido líder do Sendero Luminoso, Abimael Guzmán, em 1992.
Destaca-se nesse cenário um grupo de jovens escritores que acumula prêmios e críticas favoráveis e tem estado nos festivais mais badalados do planeta, como o Hay-on-Wye (britânico, mas exportado também para outros países), o PEN (EUA) e até a nossa Flip (Festa Literária Internacional de Paraty).
Santiago Roncagliolo, 32, é um dos principais nomes dessa geração. Seu romance "Abril Vermelho", que tem o Peru pós-Sendero Luminoso como pano de fundo, venceu o prêmio Alfaguara de 2006 e foi publicado no Brasil no começo deste ano.
Nele, um crime misterioso cometido em Ayacucho sugere que o grupo guerrilheiro continua atuando mesmo depois da prisão dos membros de sua cúpula.
Outros autores também vêm colocando suas lentes na história recente do país. É o caso de Alonso Cueto, 53. Seu livro, "A Hora Azul" (Objetiva), levou o prêmio Herralde, outra referência da literatura em espanhol. Conta a história de um advogado que descobre que o pai, um oficial da Marinha, na verdade havia sido um torturador no embate entre o Sendero e Forças Armadas.
Também entre eles está Daniel Alarcón, 29, destaque da revista "Granta", publicação britânica famosa por revelar nomes, como Ian McEwan, Martin Amis e outros. Dele, saiu no Brasil "Rádio Cidade Perdida" (Rocco).
Alarcón e Roncagliolo estiveram na última Bienal do Livro do Rio. (SC)


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