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EUA bombardeiam norte e buscam abrir uma segunda frente terrestre
PATRICK COCKBURN
DO "THE INDEPENDENT", EM ARBIL
Os EUA lançaram mísseis ontem, pelo segundo dia consecutivo, contra o Ansar Al Islam, um
grupo islâmico do leste do Curdistão iraquiano (norte) acusado
de ter vínculos com a rede terrorista Al Qaeda e Bagdá.
Os americanos atacaram posições do Ansar Al Islam em seu reduto nas montanhas próximas à
fronteira iraniana, e houve ataques em terra desferidos pela aliada União Patriótica do Curdistão,
que controla região vizinha.
Ao mesmo tempo, aviões americanos começaram a aterrissar
em pequenas pistas de pouso no
Curdistão, descarregando dezenas de soldados que se prevê irão
participar da abertura de uma
frente norte na guerra.
Hoshyar Zebari, um representante curdo de alto nível, confirmou que várias dezenas de soldados americanos aterrissaram na
pista de pouso de Harir, situada
nas montanhas a 65 quilômetros
de Arbil. Dezenas de soldados
americanos também desceram na
pista de Bakrajo, nos arredores da
cidade de Sulaymaniyah, no leste
do Iraque. Outro avião com 280
soldados a bordo teria aterrissado
ontem, de acordo com a emissora
de TV árabe Al Jazeera.
Não havia atividade visível em
Harir ontem, e os guardas curdos
disseram que não podiam autorizar o acesso de ninguém à pista de
pouso. O plano original era que as
tropas americanas, em sua maioria forças especiais, chegassem há
dois meses, mas sua chegada foi
sendo adiada enquanto os EUA
tentavam convencer o governo
turco a lhes dar apoio militar.
Os soldados que desembarcaram em Bakrajo fizeram todo o
possível para conservar sua chegada em segredo -vieram em
quatro aviões que aterrissaram
sem que a pista fosse iluminada e
decolaram logo depois. Os soldados partiram em ônibus.
O ataque ao Ansar Al Islam não
começou bem. Das ao menos 57
pessoas mortas por mísseis e
bombas americanos, todas menos duas eram integrantes de outro grupo islâmico, um grupo puramente curdo chamado Komala
i-Islami. As pessoas estavam dormindo no prédio da sede do grupo no povoado de Ahmed Awa.
Antes de a guerra começar, o Komala i-Islami tinha anunciado
que não queria combater os EUA.
O Ansar al Islam retaliou contra
os ataques aéreos na noite de sexta-feira, com um carro-bomba
que explodiu numa barreira policial, matando cinco pessoas, uma
das quais era o cinegrafista Paul
Moran, da TV Australian Broadcasting Corporation.
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