São Paulo, domingo, 24 de abril de 2005

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Processo no CE é pela reabilitação

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Nascido no Crato em 1844, Cícero Romão Batista transformou sozinho o então vilarejo de Juazeiro do Norte (CE) no principal centro de religiosidade no Nordeste, irritando a igreja, que o considerava poderoso demais. Mesmo renegado pela Santa Sé, padre Cícero mobiliza, ainda hoje, cerca de 2 milhões de fiéis por ano na cidade.
Na "meca" do culto a padre Cícero, há uma estátua dele com 27 metros de altura, no alto da serra do Horto, a capela onde ele foi enterrado, a igreja onde rezava as missas e um museu que o reproduz em tamanho natural e que guarda milhares de ex-votos como pagamento de promessas.
A fama de padre Cícero como milagroso começou com o chamado "Milagre de Juazeiro": em 1889, quando dava comunhão a beatas, a hóstia teria se transformado em sangue na boca de uma delas, Maria de Araújo, uma mulher negra e pobre.
A fúria com que o tal milagre foi recebido pela cúpula da igreja foi tamanha que, anos mais tarde, a beata foi enclausurada, morreu e seus restos mortais nunca foram encontrados.
Padre Cícero, por sua vez, foi proibido de rezar missas, depois excomungado e, por fim, após ser perdoado, teve sua ordem suspensa, impedido de ser padre até o final da vida. Ele morreu aos 90 anos, sem nunca desistir de ser reabilitado. O processo em curso agora na diocese do Crato é justamente para tentar reabilitá-lo.


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