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Equador entra hoje para bloco regional de inspiração chavista
Rafael Correa formaliza adesão à Alba, sob críticas de subordinar sua política externa à da Venezuela
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
O presidente Rafael Correa
chega hoje à Venezuela para
formalizar a entrada do Equador na Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas), bloco de perfil esquerdista comandado pelo colega Hugo Chávez
e que reúne também Bolívia,
Nicarágua e Cuba.
Dentro do bloco, a principal
bandeira de Correa deverá ser a
criação de uma moeda comum,
já batizada de sucre, em homenagem a Antonio José de Sucre
(1795-1830), herói da independência da América espanhola.
Inicialmente, a proposta de
Correa é lançar o sucre como
sistema de compensação para o
pagamento de importações e
exportações. A Venezuela tem
dito que a moeda levará de 5 a 8
anos para ser criada.
Além dos quatro países já citados, Honduras também faria
parte do sucre. Os outros três
países-membros, Dominica,
São Vicente e Granadinas e Antígua e Barbuda não se integrarão ao sistema. Os dois últimos
também oficializarão a sua incorporação ao bloco hoje.
"É um espaço de integração
que, além de complementar a
infraestrutura física, compartilhar projetos energéticos, construir uma nova arquitetura financeira, estabelecer esquemas de comércio justo e solidário, nos permite planificar o desenvolvimento social de forma
conjunta e promover nos tribunais regionais para a solução de
controvérsias que nos afetam",
justificou o chanceler equatoriano, Fander Falconi.
No Equador, a entrada do
país no bloco comandado pela
Venezuela tem provocado temores do aumento da influência de Chávez no país. Uma das
críticas mais recorrentes é de
que o anúncio da adesão foi feito pelo presidente venezuelano, e não por Correa.
Outra crítica é o fato de que a
Alba é formada por países com
os quais o Equador mantém
pouca relação comercial -3%
do do seu comércio exterior.
"Trata-se de ceder a uma
pressão que o governo venezuelano vinha fazendo desde
algum tempo no Equador", disse à Folha o analista político
César Montúfar, da Universidade Andina Simón Bolívar, de
Quito. "A política exterior segue uma linha determinada
por Caracas."
Montúfar diz que a decisão
não trará nenhum benefício
econômico ao Equador, já que
os países do bloco têm economias muito parecidas. "Todos
os países têm produtos como
banana e o petróleo."
A Alba foi criada em 2004
por Cuba e pela Venezuela como uma forma de anti-Alca
(Aliança de Livre Comércio das
Américas), proposta americana hoje abandonada.
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