São Paulo, quarta-feira, 24 de junho de 2009

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América Latina quer integração econômica, mas não política

DA REDAÇÃO

Estudo do instituto chileno Latinobarómetro mostra que os países da América Latina exibem alto índice de apoio ao processo de integração econômica, mas são bem menos entusiastas quando o tema é a cooperação política ou livre circulação de pessoas.
De acordo com as 20.204 entrevistas feitas em 18 países entre setembro e outubro de 2008, 73% dos latino-americanos querem a integração econômica e 69% apoiam a entrada de investimento estrangeiro sem restrições.
Quando o tema é a integração política, porém, o índice cai para 60%. Em 2002, nota o estudo, a taxa era de 71%. A diretora do Latinobarómetro, socióloga Marta Lagos, ligou a queda de apoio à presença polarizante do presidente esquerdista venezuelano, Hugo Chávez.
"Chávez, de alguma maneira, polarizou tudo que tenha a ver com a integração política e fez mal a esse processo", disse ela, que defende maior espaço para a integração na agenda de política doméstica.
A Venezuela promove seu bloco de integração, a Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas), com forte cunho político-ideológico. Não sem controvérsia política, tramita sua entrada no Mercosul, ainda pendente de aprovação pelo Senado brasileiro.
Apesar de criticar as restrições migratórias impostas por EUA e Europa, a região se mostra receosa quanto à abertura de fronteiras aos vizinhos. Só 46% são favoráveis à livre circulação de pessoas.
Para Lagos, a taxa baixa sinaliza que os latino-americanos veem a integração como uma oportunidade, mas também como ameaça. "Observa-se uma preferência pela integração de coisas, não de pessoas", critica.
O instituto também perguntou a opinião da região sobre EUA , China, Espanha, Japão, União Europeia e Cuba. A Espanha lidera o ranking de imagem positiva, com 62% na média. Washington, ainda sob George W. Bush, e Pequim têm 58%. Cuba é vista positivamente por 43% dos entrevistados.

Com agências internacionais



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