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Governo sul-africano ameaça ação dura para conter protestos
Onda de revolta, porém, continua e leva milhares às ruas de Johannesburgo
Karel Prinsloo/Associated Press
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Em Johannesburgo, manifestantes fazem ato contra governo
DA REDAÇÃO
O governo da África do Sul
ameaçou ontem agir com toda a
firmeza contra as violentas manifestações que se espalham
pelo país, nas quais a população
reivindica ação efetiva contra o
desemprego e a falta de serviços essenciais.
"A lei tem que seguir seu curso. Vamos responder duramente [à violência]. Não vamos permitir que ninguém alcance
seus objetivos por meios ilegais", afirmou o ministro da
Governança Cooperativa, Sicelo Shiceka, a uma rádio local.
A ameaça teve pouco impacto nos revoltosos, que prometem continuar com os atos. Os
protestos elevam a pressão
contra o presidente Jacob Zuma, que assumiu em maio prometendo ajuda aos pobres e já
enfrenta a primeira recessão
nacional em 17 anos e greves
generalizadas.
Depois da prisão de mais de
cem pessoas e de confrontos
com a polícia nesta semana, os
protestos de ontem foram menos violentos. Em Ramaphosa,
região pobre de Johannesburgo, milhares voltaram às ruas,
mas não se chocaram contra os
policiais fortemente armados
enviados ao local.
"Quero viver como Zuma, em
uma casa com eletricidade. Estou cansado de viver em um
barraco, quero um vaso sanitário com descarga", disse Nicolas Mabitsela, um dos manifestantes presentes no ato.
Ramaphosa foi um dos palcos das agitações contra imigrantes que no ano passado
deixaram 62 mortos. O temor
da renovação das tensões contra estrangeiros afetou outra
cidade, Balfour, onde 30 imigrantes se refugiaram em uma
delegacia de polícia.
Em Durban, houve saques
em supermercados, e 94 pessoas foram presas.
Analistas alertam que o governo não está dando a devida
atenção ao problema. "Comunicados sobre as virtudes da lei
e da ordem, a retórica vazia sobre sua vontade de atuar e
ameaças de tolerância zero
contra a "anarquia" só demonstram a distância entre o Estado
e a facção de seu povo engajada
na rebelião", afirmou Richard
Pithouse, professor de política
da Universidade Rhodes.
Com agências internacionais
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