|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MAIS DESAFIOS
Polícia prende no centro de Pequim 200 pessoas que protestavam contra proibição da seita Fa Lun Gong
China reprime protesto em Tiananmen
das agências internacionais
A China reprimiu ontem, na
praça Tiananmen (centro de Pequim), uma manifestação contra
o banimento da seita Fa Lun
Gong. A polícia prendeu cerca de
200 integrantes do grupo que sentaram-se na praça em protesto
contra o governo.
A praça Tiananmen (Paz Celestial) foi o local em que, em 1989, o
Exército atacou com violência um
movimento estudantil pró-democracia que desafiava o Partido
Comunista.
Pequim considera ""diabólica" a
Fa Lun Gong, seita que recorre a
exercícios de artes marciais e promove a idéia da reencarnação. Ao
proibir suas atividades, anteontem, disse que ela está "envolvida
em atividades ilegais, advogando
superstições e ameaçando a estabilidade social".
A polícia impediu o acesso à
praça durante algumas horas. Depois de reaberto, o local e o restante da cidade ficaram sob forte
vigilância policial.
Com a proibição da seita, o governo chinês promove a maior
onda de repressão desde o massacre de Tiananmen. Ele teme organizações sociais que não estejam
sob seu controle.
O líder da seita, Li Hongzhi, 47,
que vive nos EUA, pediu ontem a
Pequim que não veja seu grupo
como um "inimigo". Disse esperar que o governo "possa ter comunicação direta para resolver os
conflitos".
A mídia estatal chinesa afirmou
ontem que as pessoas que praticarem em público os exercícios de
meditação da seita serão presos.
O grupo diz ter 100 milhões de
seguidores em todo o mundo
-80% deles na China. O governo
chinês afirma que há apenas 2 milhões de seguidores no país, o
mais populoso do mundo, com
1,25 bilhão de habitantes.
"Nunca estivemos envolvidos
em atividades contra o governo",
afirmou Li Hongzhi. Ele teme represálias contra sua mãe e sua irmã, que ainda vivem em Pequim.
Na China, organizações religiosas precisam obter autorização
governamental para funcionar. A
crise do comunismo deixou um
vácuo ideológico no país, que
vem sendo preenchido por seitas
como a Fa Lun Gong.
Embora promova uma abertura
na economia, com medidas capitalistas, o Partido Comunista chinês se recusa a implantar reformas democratizantes.
A primeira grande demonstração da Fa Lun Gong em Pequim
ocorreu em abril deste ano, quando cerca de 10 mil seguidores se
reuniram, desafiando o Partido
Comunista, para pedir ao governo o reconhecimento da seita.
Sua proibição, anteontem,
ocorreu depois de milhares de
pessoas terem participado de atos
pacíficos em 30 cidades, nesta semana, contra a detenção de cerca
de cem líderes da seita.
Texto Anterior: Conflito armado: Argentina nega intenção de intervir no conflito colombiano Próximo Texto: Perigo à mesa: Bélgica suspeita de nova contaminação por dioxina Índice
|