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"EIXO DO MAL"
Tema era questão nuclear
Europa decide sustar reunião com iranianos
DA REDAÇÃO
O governo da França anunciou
ontem que as potências européias
decidiram cancelar negociações
que teriam na semana que vem
com o Irã sobre o programa nuclear do país, interrompendo um
processo que já durava dois anos.
A Chancelaria francesa disse
que a medida foi tomada porque
o Irã quebrou a promessa de não
retomar seu programa enquanto
seguissem as discussões. No início do mês, Alemanha, Reino
Unido e França haviam feito uma
proposta oficial, mas Teerã a rejeitou e reiniciou as atividades nucleares. O Irã criticou a decisão de
ontem. Já Washington apoiou.
O temor das potências européias e dos EUA é que Teerã venha a produzir armas nucleares.
O "Washington Post", porém,
publicou ontem informações que
enfraquecem essa linha. Segundo
o jornal, restos de urânio encontrados há dois anos no Irã eram
de equipamentos repassados pelo
Paquistão e não constituem evidência da existência de um programa iraniano clandestino de armas. A conclusão foi de um grupo
de especialistas estrangeiros e do
próprio governo americano.
"Não haverá o encontro de 31 de
agosto já que o Irã decidiu suspender a aplicação do Acordo de
Paris", alegou a Chancelaria francesa, que, porém, disse que os
contatos serão mantidos. Nesse
acerto, de novembro, Teerã se
comprometeu a não retomar as
atividades nucleares enquanto
negociasse com os europeus.
Já o Irã alega que agiu de acordo
com o que havia transmitido às
potências européias em maio.
"Falamos que, se a proposta deles
não desse ao Irã o direito de enriquecer urânio, seria rejeitada, e a
usina de Isfahan reativada", disse
Hossein Mousavian, um dos negociadores iranianos. Segundo
ele, essa decisão não será revista,
mas o Irã está aberto a negociar a
questão do enriquecimento de
urânio em outra usina, de Natanz.
"Post"
Em seu texto, o "Washington
Post" afirmou que um grupo de
especialistas de cinco países se
reuniu por nove meses para analisar material coletado no Irã pelos
inspetores da AIEA, a agência nuclear da ONU. A comissão, cuja
existência não havia sido revelada, chegou à conclusão de que as
amostras de urânio enriquecido
que analisou eram de centrífugas
vendidas ao Irã pelo Paquistão.
Coréia do Norte
Os EUA sugeriram ontem que
poderiam romper um impasse
nas negociações com Coréia do
Norte, que serão retomadas na semana que vem, ao aceitar que o
país asiático tenha o direito de desenvolver um programa de energia nuclear. Até então, Washington exigia que a Coréia do Norte,
além de desistir de produzir armas, abrisse mão de um programa de energia, por causa do temor de que viesse a se interessar
de novo pelas bombas.
Com agências internacionais
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