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Para presidente dos EUA, o estabelecimento de uma democracia no Iraque se irradiará pelo Oriente Médio
Bush pede colaboração e defende guerra
DE NOVA YORK
A colaboração internacional na
reconstrução do Iraque e a defesa
da atuação americana no país foram a tônica do discurso do presidente dos EUA, George W. Bush,
no início dos debates abertos da
58ª Assembléia Geral da ONU.
Num tom conciliatório, Bush
elogiou a atuação do Conselho de
Segurança da ONU, do qual dispensou a deliberação sobre a invasão do Iraque, e ressaltou sua
importância ao bom andamento
das relações internacionais.
Em seu discurso de 15 minutos,
o presidente dos EUA defendeu a
necessidade da Guerra do Iraque,
afirmando que o estabelecimento
da democracia no país servirá como exemplo para o Oriente Médio e se irradiará pela região.
Bush disse que, graças à iniciativa empreendida pelos EUA, numa coalizão com o Reino Unido,
hoje "o povo iraquiano está mais
seguro" e todos os países podem
usufruir da derrubada do regime
de Saddam Hussein, que, segundo discursou o presidente americano, desprezava os direitos humanos e infringia as regras estabelecidas "no mundo civilizado".
Para que a situação melhore no
Iraque, onde as tropas americanas sofrem ataques diários contra
a ocupação do país, Bush pediu
que a ONU se envolva na elaboração de uma nova Constituição local e na preparação de eleições.
"Não há espaço para a neutralidade. Os que celebram assassinatos e ações suicidas não têm lugar
em nenhuma religião e não têm
lugar na ONU. Países que apóiam
o terrorismo são contra a civilização", disse o presidente dos EUA.
No que considerou como um
novo Plano Marshall, Bush enumerou a lista de benefícios que a
presença americana no Iraque
tem gerado à população local.
A construção de escolas, as reformas de hospitais e os programas de saúde pública, especialmente para crianças, estão no rol
de iniciativas citadas pelo presidente americano. "Esse é o maior
plano traçado pelos EUA desde o
Plano Marshall [que ajudou a recuperar a Europa após a Segunda
Guerra Mundial]. A ONU pode
ser parte disso", declarou Bush.
Diante das críticas feitas pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e por países como a França
em relação ao atual unilateralismo dos EUA nas questões internacionais, Bush se defendeu.
"Sei que há alguns membros
que discordam das nossa ações,
mas estamos nos dedicando à defesa da nossa segurança e dos direitos civis", disse o presidente.
Outro ponto cobrado, sobretudo, pela França é que os iraquianos reassumam o poder em seu
país. O presidente Jacques Chirac
quer uma transferência simbólica
agora e, mais tarde, o repasse das
responsabilidades. Bush disse que
já está em andamento um cronograma de transferência de poder.
Os EUA não aceitam que isso seja
realizado rapidamente, porque
avaliam que a situação pioraria.
O suposto arsenal de destruição
em massa iraquiano também foi
destacado. Segundo Bush, as forças americanas continuarão a
procurá-las. Ele deixou claro que
o combate à proliferação desses
armamentos segue prioritário.
"Pedi hoje [ontem] ao Conselho
de Segurança uma resolução para
o combate à proliferação de armas de destruição em massa."
Ao tratar da questão israelo-palestina, outro conflito crucial para
a paz mundial, Bush voltou a atacar o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser
Arafat, embora não tenha pronunciado seu nome. Dirigindo-se
à delegação israelense, disse que
os palestinos têm direito a um Estado próprio, mas deixou claro
que essa meta só será alcançada
quando for empossada uma nova
liderança palestina.
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