|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
INVESTIGAÇÃO
EUA suspeitam de colaboração com detidos
Intérprete de base em Guantánamo é preso sob acusação de espionagem
DA REDAÇÃO
O Pentágono anunciou ontem
que um intérprete da Força Aérea
americana é acusado de espionagem numa investigação sobre
violações da segurança na base
dos EUA em Guantánamo (Cuba), onde estão presos centenas
de suspeitos de pertencer à rede
terrorista Al Qaeda e ao Taleban
(milícia extremista afegã).
Ahmad al Halabi, detido na base aérea de Vandenberg (Califórnia), responde a quatro acusações
de espionagem e mais 28 de outras violações criminais, incluindo dar ajuda ao inimigo.
A prisão foi a segunda numa
grande investigação sobre a segurança em Guantánamo. James
Yee, um capelão muçulmano do
Exército, é mantido numa prisão
militar na Carolina do Norte desde 10 de setembro por suspeita de
espionagem, mas sem ainda ter
sido acusado formalmente.
Um porta-voz do Pentágono, o
major Michael Shavers, disse que
Al Halabi, que serviu como intérprete em Guantánamo durante
vários meses, é acusado de desobedecer ordens, de fraudes bancárias e de falso testemunho.
Segundo Shavers, ainda não está decidido se Al Halabi, cuja data
de detenção não foi divulgada, será levado a uma corte militar.
Autoridades militares disseram
não haver evidências até agora de
que o intérprete e o capelão possuíssem alguma ligação. Yee foi
preso quando voltou neste mês de
Guantánamo para uma base militar em Jacksonville (Flórida).
Reportagens na mídia deram
conta de que foram encontrados
com Yee na Flórida aparentes esboços da prisão em Guantánamo.
Ele servia entre os militares que
cuidam dos detidos na base em
Cuba desde novembro de 2002.
Era o único capelão muçulmano
para atender 660 prisioneiros.
A base militar dos EUA em
Guantánamo, encravada em território cubano, foi transformada
em prisão para suspeitos de terrorismo a partir do final de 2001,
com o início da intervenção dos
EUA no Afeganistão.
Centenas de prisioneiros, de diversas nacionalidades, são mantidos em completo isolamento sem
direito a um processo judicial formal e sem contato com suas famílias, o que tem motivado críticas
de entidades de defesa dos direitos humanos.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Bush e Chirac divergem sobre Arafat Próximo Texto: Religião: Vaticano estuda missa mais conservadora Índice
|