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São Paulo, quarta-feira, 24 de setembro de 2003

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INVESTIGAÇÃO

EUA suspeitam de colaboração com detidos

Intérprete de base em Guantánamo é preso sob acusação de espionagem

DA REDAÇÃO

O Pentágono anunciou ontem que um intérprete da Força Aérea americana é acusado de espionagem numa investigação sobre violações da segurança na base dos EUA em Guantánamo (Cuba), onde estão presos centenas de suspeitos de pertencer à rede terrorista Al Qaeda e ao Taleban (milícia extremista afegã).
Ahmad al Halabi, detido na base aérea de Vandenberg (Califórnia), responde a quatro acusações de espionagem e mais 28 de outras violações criminais, incluindo dar ajuda ao inimigo.
A prisão foi a segunda numa grande investigação sobre a segurança em Guantánamo. James Yee, um capelão muçulmano do Exército, é mantido numa prisão militar na Carolina do Norte desde 10 de setembro por suspeita de espionagem, mas sem ainda ter sido acusado formalmente.
Um porta-voz do Pentágono, o major Michael Shavers, disse que Al Halabi, que serviu como intérprete em Guantánamo durante vários meses, é acusado de desobedecer ordens, de fraudes bancárias e de falso testemunho.
Segundo Shavers, ainda não está decidido se Al Halabi, cuja data de detenção não foi divulgada, será levado a uma corte militar.
Autoridades militares disseram não haver evidências até agora de que o intérprete e o capelão possuíssem alguma ligação. Yee foi preso quando voltou neste mês de Guantánamo para uma base militar em Jacksonville (Flórida).
Reportagens na mídia deram conta de que foram encontrados com Yee na Flórida aparentes esboços da prisão em Guantánamo.
Ele servia entre os militares que cuidam dos detidos na base em Cuba desde novembro de 2002. Era o único capelão muçulmano para atender 660 prisioneiros.
A base militar dos EUA em Guantánamo, encravada em território cubano, foi transformada em prisão para suspeitos de terrorismo a partir do final de 2001, com o início da intervenção dos EUA no Afeganistão.
Centenas de prisioneiros, de diversas nacionalidades, são mantidos em completo isolamento sem direito a um processo judicial formal e sem contato com suas famílias, o que tem motivado críticas de entidades de defesa dos direitos humanos.


Com agências internacionais

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