São Paulo, sábado, 25 de fevereiro de 2006

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ÁFRICA

Em uma semana, já são cerca de 160 mortos e 930 feridos

Mais 11 morrem em confrontos entre cristãos e muçulmanos na Nigéria

DA REDAÇÃO

Confrontos entre cristãos e muçulmanos na Nigéria resultaram ontem na morte de ao menos 11 pessoas, em uma escalada de violência que em uma semana já provocou cerca de 160 mortes.
Os confrontos começaram no último sábado, na cidade de Maiduguri, na região norte, quando 28 pessoas, a maioria cristãs, foram mortas durante um protesto de muçulmanos contra a publicação de charges do profeta Muhammad por jornais europeus. O incidente foi seguido de ataques em retaliação no sul cristão.
Na cidade de Kontagora (norte), muçulmanos empunhando machetes mataram nove pessoas e incendiaram quatro igrejas cristãs, segundo um funcionário da Cruz Vermelha nigeriana. Lojas de propriedade da minoria cristã foram saqueadas.
Em Engunu (sudeste), jovens cristãos armados com machetes e pedaços de pau atacaram muçulmanos, espancando um motorista de táxi até a morte e incendiando uma mesquita. Uma bala perdida matou uma menina cristã de oito anos de idade.
A Cruz Vermelha afirmou que, além das mortes, a semana de violência já feriu 930 pessoas e provocou o deslocamento cerca de 16 mil em todo o país.
James Obi, um comerciante que participou da ação em Engunu, disse que eles mataram o motorista de táxi, conhecido como Okada, depois de rumores de que um menino cristão havia sido morto por um policial muçulmano.
"Ficamos com raiva e matamos um deles, Okada. O corpo dele foi incendiado", disse.
Em Potiskim (nordeste), jovens muçulmanos queimaram lojas, igrejas e casas pertencentes à minoria cristã. Segundo a polícia, 65 pessoas foram presas.
Policiais estão patrulhando as principais cidades do país. Na cidade de Onitsha, um dos principais focos de tensão, as escolas foram fechadas e foi imposto um toque de recolher.
Segundo analistas, incertezas sobre o futuro político da Nigéria estão agravando rivalidades regionais, étnicas e religiosas, diante das eleições nacionais do próximo ano. Circulam no país boatos de que o presidente Olusegun Obasanjo pretende alterar a Constituição e lançar-se candidato a um terceiro mandato.


Com agências internacionais

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