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São Paulo, terça-feira, 25 de março de 2003

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Muçulmanos criticam ação dos EUA no Iraque

DA ASSOCIATED PRESS

Das mesquitas à internet, os muçulmanos de todo o mundo estão cada vez mais expressando sua ira diante do ataque dos EUA ao Iraque em termos religiosos radicais.
"Começou a guerra entre o certo e o errado", declarou Syed Ahmed Bukhari, um dos mais influentes líderes islâmicos da Índia, em sermão em Nova Déli. "Deus é grande!", responderam os fiéis.
Um site em árabe sediado em Londres e conhecido por seus comentários extremistas, divulgou uma fatwa (decreto religioso) declarando que qualquer líder ou funcionário de governo muçulmano que ajude "as forças agressoras" na guerra contra o Iraque será considerado um apóstata -uma palavra perigosa já que alguns extremistas afirmam que o abandono da religião deve ser punido com a morte.
A mistura de retórica religiosa e política no que diz respeito ao Iraque é preocupante para países pró-ocidentais como o Egito, cujos governos laicos historicamente se relacionam mal com o islamismo radical, e a Arábia Saudita, um reino conservador.
Os governos egípcio e jordaniano vêm sendo criticados nas manifestações contra a guerra por suas relações estreitas com os Estados Unidos e pelo fracasso dos esforços diplomáticos para evitar a guerra.
A Arábia Saudita, que vem auxiliando discretamente os esforços de guerra dos EUA, teme reação dos extremistas.
Desde que os EUA começaram a se preparar seriamente para uma guerra contra o terrorismo, depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, há muçulmanos que acusam o país de travar uma guerra contra sua religião.
O uso por parte do presidente George W. Bush, pouco depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, do termo "cruzada contra o terrorismo" foi motivo de sucessivas críticas e é apontado como um sinal de preconceito contra o islamismo.


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