São Paulo, Quinta-feira, 25 de Março de 1999
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IMPEACHMENT
Eleição seria em 6 meses

OTÁVIO DIAS
da Reportagem Local

O assassinato do vice-presidente paraguaio, Luis María Argaña, tornou mais definida a situação política do país, segundo o constitucionalista paraguaio Eusebio Ramon Ayala.
"Antes, a situação estava muito cinzenta. Agora, é preto ou branco. Ou teremos um golpe militar ou o presidente Cubas será destituído", afirma Ramon, que participou, como constituinte, da elaboração da Constituição paraguaia, promulgada em 92.
Ele diz que o atentado contra Argaña impulsionou o processo de impeachment contra o presidente.
"Nas votações de hoje (ontem), deputados indecisos votaram pelo início do processo. E outros simplesmente se ausentaram da sessão", afirmou.
Segundo o advogado e professor da Universidade Católica de Assunção, não há regras predeterminadas para o processo, o que permitiria um afastamento rápido do presidente.
"Não há nada que impeça que o impeachment de Cubas ocorra hoje mesmo (ontem) ou num prazo muito curto", disse à Folha, por telefone, de Assunção.
Se o presidente for destituído, o presidente do Congresso deverá assumir a Presidência do Paraguai, de acordo com a Constituição.
No caso, o sucessor seria Luis González Macchi, da corrente "argañista" do Partido Colorado.
Então, a Justiça Eleitoral precisaria convocar eleições presidenciais, a serem realizadas no prazo mínimo de seis meses.


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