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Brasileiros retidos dormem na rua
WAGNER OLIVEIRA
da Agência Folha, em Curitiba
Brasileiros retidos em Ciudad del
Este viviam um clima de desespero
ontem por causa do bloqueio da
fronteira do Paraguai com o Brasil.
Alguns reclamavam da falta de dinheiro para se alimentar. Muitos
dormiram nas calçadas.
Segundo o consulado brasileiro,
cerca de mil pessoas estavam tentando atravessar a ponte da Amizade, bloqueada por soldados do
Exército, Marinha e Polícia Nacional do Paraguai.
O cônsul-geral do Brasil em Ciudad del Este, Ernesto Carvalho,
tentava, até o final da tarde de ontem, um acordo com autoridades
do Paraguai para permitir que a
ponte da Amizade fosse aberta por
meia hora para a passagem dos
brasileiros e o regresso de paraguaios. Até as 18h30, as negociações não tinham dado resultado.
A maioria das pessoas estava fazendo compras anteontem quando o governo paraguaio determinou o fechamento da fronteira.
Tânia Regina Womer, 32, de Dionísio Cerqueira (SC), disse que estava desesperada porque não tinha
mais dinheiro para comer.
Ela já havia gasto todo o dinheiro
que levou para fazer compras em
Ciudad del Este quando houve o
fechamento da fronteira. Ficou
com menos de R$ 20,00, que foram
gastos anteontem.
O consulado brasileiro em Ciudad del Este estava tentando conseguir um galpão para abrigar as
pessoas que estavam retidas na
fronteira e não tinham recursos
para hospedagem.
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