São Paulo, Quinta-feira, 25 de Março de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Brasileiros retidos dormem na rua

WAGNER OLIVEIRA
da Agência Folha, em Curitiba

Brasileiros retidos em Ciudad del Este viviam um clima de desespero ontem por causa do bloqueio da fronteira do Paraguai com o Brasil. Alguns reclamavam da falta de dinheiro para se alimentar. Muitos dormiram nas calçadas.
Segundo o consulado brasileiro, cerca de mil pessoas estavam tentando atravessar a ponte da Amizade, bloqueada por soldados do Exército, Marinha e Polícia Nacional do Paraguai.
O cônsul-geral do Brasil em Ciudad del Este, Ernesto Carvalho, tentava, até o final da tarde de ontem, um acordo com autoridades do Paraguai para permitir que a ponte da Amizade fosse aberta por meia hora para a passagem dos brasileiros e o regresso de paraguaios. Até as 18h30, as negociações não tinham dado resultado.
A maioria das pessoas estava fazendo compras anteontem quando o governo paraguaio determinou o fechamento da fronteira.
Tânia Regina Womer, 32, de Dionísio Cerqueira (SC), disse que estava desesperada porque não tinha mais dinheiro para comer.
Ela já havia gasto todo o dinheiro que levou para fazer compras em Ciudad del Este quando houve o fechamento da fronteira. Ficou com menos de R$ 20,00, que foram gastos anteontem.
O consulado brasileiro em Ciudad del Este estava tentando conseguir um galpão para abrigar as pessoas que estavam retidas na fronteira e não tinham recursos para hospedagem.


Texto Anterior: Eleição seria em 6 meses
Próximo Texto: Decisão polêmica: Justiça limita acusações contra Pinochet
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.