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Comandante do Taleban chama trégua no Paquistão
Mehsud foi acusado de ataque que matou Benazir
FARHAN BOKHARI
DO "FINANCIAL TIMES", NO PAQUISTÃO
Um proeminente comandante militar leal à Al Qaeda e
ao Taleban ordenou ontem que
os seus seguidores suspendessem todos os ataques, em um
passo potencialmente crucial
para promover a conciliação na
instável região noroeste do Paquistão. A oferta de cessar-fogo
feita por Baitullah Mehsud se
seguiu a declarações conciliatórias do novo governo paquistanês, que deseja abandonar o
uso da força militar como forma de lidar com os militantes.
No ano passado, houve alta
acentuada no número de ataques suicidas e atentados armados no Paquistão. Muitas
dessas ações, ao que consta, foram executadas por voluntários treinados em campos estabelecidos por Mehsud na fronteira entre seu país e o Afeganistão. O líder militante foi acusado de organizar o assassinato
da ex-primeira ministra Benazir Bhutto, em dezembro.
"Todos os membros do Tehrik-e-Taliban [movimento do
Taleban] são instruídos por
Baitullah Mehsud de que quaisquer atividades provocativas
estão proibidas, em nome da
paz", dizia um panfleto distribuído na região de fronteira.
Funcionários do governo paquistanês disseram que "os
panfletos parecem ser genuínos". Um funcionário, que trabalha na área de segurança e
pediu que seu nome não fosse
revelado, disse que o governo
também havia recebido mensagens que confirmavam a oferta
de um cessar-fogo.
Rehman Malik, o ministro do
Interior interino, recebeu positivamente o gesto. "Se ele
[Mehsud] o disse, nós recebemos com agrado. Devemos receber com agrado quaisquer
passos positivos".
Mas a perspectiva de um
acordo de paz com os militantes da conflituosa região gerou
preocupação, porque críticos
afirmam que acordos como esses apenas oferecem aos militantes a oportunidade de se
rearmar e reorganizar.
Diplomatas ocidentais também advertiram que um cessar-fogo construído sobre concessões do governo paquistanês poderia se provar uma faca
de dois gumes.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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