|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Taleban recua após acordo com locais no Paquistão
DA REDAÇÃO
O Taleban entrou em acordo
com líderes tribais locais e recuou ontem, dois dias após tomar área próxima à capital do
Paquistão. Combatentes do
grupo iniciaram a retirada do
distrito de Buner, a 100 km de
Islamabad, para salvar o controverso compromisso que permitiu a adoção da sharia (lei islâmica) na região.
A saída foi negociada pelo
clérigo radical Sufi Muhammad, afirmou Syed Mohammed Javed, chefe do governo
local. Artífice da pacificação do
vale do Swat, ele lidera a ala regionalista dos radicais, mais focada na implantação da sharia
do que na insurgência global.
"Nós dissemos [ao Taleban]
que temos um compromisso,
um acordo de paz, e que eles
podiam se tornar um instrumento dos interessados em sabotar a paz", contou Javed, que
participou da assembleia convocada pelo Taleban em Buner.
O avanço do Taleban expôs a
vulnerabilidade de Islamabad e
do cessar fogo no vale Swat. Buner, vizinho ao Swat, integra o
acordo entre líderes tribais e o
governo paquistanês, que permitiu a adoção da sharia na região. O pacto não tem endosso
formal do Taleban.
Fundador do movimento
pró-sharia TSNM, atualmente
comandado por seu genro e alinhado ao Taleban, Sufi Muhammad foi o principal idealizador do chamado "cessar fogo
permanente" no Swat, selado
em fevereiro.
Apesar de defender a negociação com "moderados" do
Taleban, a Casa Branca recebeu
com ressalvas o acordo de fevereiro, alertando sobre riscos de
que a área fosse usada como base por insurgentes.
O argumento voltou a ser
usado pela secretária de Estado
americana, Hillary Clinton,
após a tomada de Buner. Hillary fustigou também a pífia
reação do governo paquistanês
ao avanço do Taleban. Foram
enviados cerca de 120 soldados,
que não chegaram a iniciar
ação contra os radicais.
O Exército paquistanês condenou ontem, em nota, as críticas de "forças externas" à inação em Buner. A "pausa operacional" visava permitir a reconciliação, mas a retomada militar do distrito jamais foi descartada, afirmou.
Aliança Custosa
A aliança com Islamabad está
saindo cara demais, na opinião
de congressistas americanos.
Mesmo entre democratas, há
ressalvas ao plano da Casa
Branca, que pretende triplicar
o auxílio não militar ao país.
A estratégia vê a presença de
radicais no Afeganistão e no
Paquistão como problema único e considera a estabilização
do país crucial para a paz afegã.
Prevê ainda uma escalada militar. O plano enfrenta crescente
resistência de democratas céticos sobre o futuro da Guerra do
Afeganistão e a eficácia dos gastos crescentes na região.
Com "New York Times" e agências internacionais
Texto Anterior: Famintos superarão 1 bilhão, alerta FMI Próximo Texto: ONU ataca boicote e vê ganhos em conferência Índice
|