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Mísseis marcam um mês de ataque
do enviado especial
Após bombardear pesadamente
a capital iugoslava, Belgrado, por
três dias consecutivos, a Otan atacou na madrugada de ontem as outras três maiores cidades da Iugoslávia, Nis, Novi Sad e Pristina, a capital de Kosovo.
O ataque, com mísseis, marcou o
primeiro mês de bombardeio da
Iugoslávia. A ofensiva da Otan começou em 24 de arço.
Em Nis (239 km ao sudeste de
Belgrado), 26 mísseis da aliança
militar ocidental atingiram uma
região industrial.
Parte da população da cidade ficou sem energia elétrica por até 4
horas. Há problemas ainda no
abastecimento de água, segundo
informou o Centro de Imprensa do
Exército iugoslavo. O aeroporto da
Nis também foi atacado.
Em Novi Sad, capital da Vojvodina, Província de maioria húngara
ao norte da Sérvia, foram bombardeadas a refinaria de petróleo (pela
12ª vez) e a última ponte que ainda
está de pé sobre o rio Danúbio,
apesar de não ter mais condições
para tráfego de veículos.
A refinaria teve dois reservatórios de petróleo atingidos. A ponte,
que teria recebido seis mísseis, ainda insiste em ficar de pé. Mas o tráfego de navios pelo rio Danúbio,
uma das principais vias fluviais da
Europa, está interrompido.
Na cidade de Pristina (353 km ao
sul de Belgrado), 15 mísseis da
Otan atingiram prédios públicos e
instalações civis.
A capital de Kosovo foi uma das
cidades mais atingidas no primeiro mês de bombardeio da Otan.
Segundo a agência de notícias iugoslava Tanjug, cinco crianças
morreram ontem ao tentar abrir
uma bomba que não tinha explodido. O acidente ocorreu em Doganovic, 44 km ao sul de Pristina.
Mau tempo
O mau tempo neste final de semana causou a suspensão de incursões dos caças da Otan. Sem
condições de observação satisfatórias, os aviões têm dificuldade de
identificar os alvos. Os últimos ataques utilizaram mísseis.
No vilarejo de Bogutovac, nas
proximidades de Kraljevo (192 km
de Belgrado), um reservatório de
combustível foi bombardeado.
O ataque a instalações industriais, centrais energéticas e depósitos de combustível faz parte da
estratégia de estrangulamento
econômico, que visa pressionar o
regime do ditador Slobodan Milosevic a recuar e aceitar os cinco
pontos exigidos pela Otan para encerrar o bombardeio.
A aliança exige: 1. fim da repressão aos albaneses de Kosovo; 2. retirada das forças iugoslavas de Kosovo; 3. volta para casa em segurança dos refugiados kosovares; 4.
aceitação dos termos do tratado de
Rambouillet, assinado pelos representantes kosovares; e 5. permissão para entrada de uma força de
paz internacional em Kosovo.
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