São Paulo, sexta-feira, 25 de junho de 2004

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Brasil exporta carros blindados para o Iraque

DA REDAÇÃO

A violência da insurgência iraquiana está oferecendo às empresas brasileiras especializadas na blindagem de veículos a oportunidade de fazer grandes negócios. Uma dezena de companhias do Brasil está exportando para o país do Oriente Médio carros cuja blindagem é feita a um preço médio de US$ 100 mil.
"O Brasil é um país em que se encontra um nível de blindagem bom a preços razoáveis. Essa equação não existe em outros países", afirma Franco Giaffone, presidente da Abrablin, a associação que reúne os cerca de 45 fabricantes brasileiros.
As encomendas são feitas por empresas multinacionais -para a proteção de seus executivos- e por governos estrangeiros -para seu corpo diplomático. Giaffone diz que é difícil fazer um cálculo, mas estima que, em 2004, sejam vendidos de cem a 200 carros blindados brasileiros para o Iraque.
A demanda gerada pela violência urbana estimulou uma indústria que fez do Brasil o maior produtor de carros blindados do mundo -não por acaso, outras "potências" nesse ramo são a Colômbia e o México.
Como a situação no Iraque é bem mais grave, as blindagens também precisam ser mais eficientes. A proteção comum, menos resistente, representa um peso extra de 150 quilos e vidros com 21 mm de espessura, capazes de agüentar tiros de uma Magnum 44 e submetralhadoras 9 mm.
Já a blindagem do tipo "fuzil de ataque", mais indicada para o trânsito de Bagdá e de Fallujah, significa 900 quilos a mais nos veículos e vidros de 42 mm. Os fabricantes garantem que elas resistem a explosões de minas, granadas de mão e tiros de M-16, AK-47 e FAL.
Giaffone crê que, antes do 11 de Setembro, a produção mundial anual de blindagens contra atentados era de cerca de 500 veículos. Mas a situação mudou bastante, diz ele. Depois dos atentados de Madri, em março, a demanda está aumentando também na Europa. Segundo a fabricante de carros Ford, a blindagem comum tinha, em 2003, uma produção mundial em torno de 18 mil unidades (em 1995, eram apenas 4.000).
(VITOR PAOLOZZI)


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