|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ONU credita queda na produção de cocaína no mundo à Colômbia
Volume caiu 28% no país e 15% no planeta, segundo estudo; na Bolívia e no Peru, área para o plantio de coca aumentou
Redução colombiana ocorre após ano de expansão; ópio também registra queda, e drogas sintéticas, aumento em consumo e produção
DA REDAÇÃO
O Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime
(UNODC) afirmou em seu relatório anual, divulgado ontem,
que a produção global estimada
de cocaína no mundo recuou
15% em 2008 na comparação
com 2007. A Colômbia, maior
produtora da droga, puxou a
queda, diminuindo em 28% a
sua produção estimada.
Os números registram queda
na área destinada ao cultivo da
folha de coca, matéria-prima
do entorpecente. Na Colômbia,
houve redução de 18%. Já no
Peru e na Bolívia, houve aumento na produção de cocaína
e no espaço para cultivo. Respectivamente, a área de plantio
cresceu 5% e 6%.
O relatório da ONU é uma
boa notícia para Bogotá, após
revés nos resultados do ano
passado. Em 2008, o informe
afirmara que, apesar das erradicações de plantios promovidas pelo governo, o cultivo da
coca havia avançado "chocantes" 27% na Colômbia entre
2006 e 2007, mas sem igual impacto na produção de pó, dada a
menor produtividade.
Os números também aparecem às vésperas do primeiro
encontro bilateral entre o presidente colombiano, Álvaro
Uribe, e o presidente dos EUA,
Barack Obama, em Washington, na próxima segunda-feira.
Uribe, aliado de primeira hora de George W. Bush, deve defender na Casa Branca a continuação do Plano Colômbia
-por meio do qual Washington
enviou pelo menos US$ 5,5 bilhões para ajudar Bogotá na luta contra o narcotráfico e as
guerrilhas desde 1999.
O relatório foi lançado em
Washington ontem pelo diretor da UNODC, Antonio Maria
Costa, ao lado de Gil Kerlikowske, titular do escritório
antidrogas da Casa Branca.
Quando a efetividade da
atual política antidrogas é alvo
de questionamentos, Costa
usou a tendência de estabilização ou queda na produção e
consumo de maconha, cocaína
e heroína no EUA e na Europa
para defendê-la.
Fez críticas aos que defendem a legalização de algumas
drogas e pregou atendimento
de saúde, e não cadeia, para
usuários. "Não há alternativa
senão a melhoria tanto da segurança quanto da saúde."
O informe também registra
queda de 6% na produção de
ópio, graças à queda na área
destinada ao cultivo de papoula
no Afeganistão, responsável
por 93% da produção mundial.
Assinala, porém, crescimento preocupante na fabricação
de drogas sintéticas, especialmente em polos industriais do
sudeste asiático, acompanhada
por tendência de alta de consumo em todo o mundo.
O texto também reafirma a
tendência de alta no consumo
de cocaína no Brasil A taxa de
usuários passou de 0,4% em
2001 para 0,7% da população
entre 12 e 65 anos em 2005.
Texto Anterior: Foco: Após sumiço, governador americano admite viagem com amante argentina Próximo Texto: Eleição em Buenos Aires vira prévia da oposição para 2011 Índice
|