São Paulo, quinta-feira, 25 de junho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ONU credita queda na produção de cocaína no mundo à Colômbia

Volume caiu 28% no país e 15% no planeta, segundo estudo; na Bolívia e no Peru, área para o plantio de coca aumentou

Redução colombiana ocorre após ano de expansão; ópio também registra queda, e drogas sintéticas, aumento em consumo e produção


DA REDAÇÃO

O Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC) afirmou em seu relatório anual, divulgado ontem, que a produção global estimada de cocaína no mundo recuou 15% em 2008 na comparação com 2007. A Colômbia, maior produtora da droga, puxou a queda, diminuindo em 28% a sua produção estimada.
Os números registram queda na área destinada ao cultivo da folha de coca, matéria-prima do entorpecente. Na Colômbia, houve redução de 18%. Já no Peru e na Bolívia, houve aumento na produção de cocaína e no espaço para cultivo. Respectivamente, a área de plantio cresceu 5% e 6%.
O relatório da ONU é uma boa notícia para Bogotá, após revés nos resultados do ano passado. Em 2008, o informe afirmara que, apesar das erradicações de plantios promovidas pelo governo, o cultivo da coca havia avançado "chocantes" 27% na Colômbia entre 2006 e 2007, mas sem igual impacto na produção de pó, dada a menor produtividade.
Os números também aparecem às vésperas do primeiro encontro bilateral entre o presidente colombiano, Álvaro Uribe, e o presidente dos EUA, Barack Obama, em Washington, na próxima segunda-feira.
Uribe, aliado de primeira hora de George W. Bush, deve defender na Casa Branca a continuação do Plano Colômbia -por meio do qual Washington enviou pelo menos US$ 5,5 bilhões para ajudar Bogotá na luta contra o narcotráfico e as guerrilhas desde 1999.
O relatório foi lançado em Washington ontem pelo diretor da UNODC, Antonio Maria Costa, ao lado de Gil Kerlikowske, titular do escritório antidrogas da Casa Branca.
Quando a efetividade da atual política antidrogas é alvo de questionamentos, Costa usou a tendência de estabilização ou queda na produção e consumo de maconha, cocaína e heroína no EUA e na Europa para defendê-la.
Fez críticas aos que defendem a legalização de algumas drogas e pregou atendimento de saúde, e não cadeia, para usuários. "Não há alternativa senão a melhoria tanto da segurança quanto da saúde."
O informe também registra queda de 6% na produção de ópio, graças à queda na área destinada ao cultivo de papoula no Afeganistão, responsável por 93% da produção mundial.
Assinala, porém, crescimento preocupante na fabricação de drogas sintéticas, especialmente em polos industriais do sudeste asiático, acompanhada por tendência de alta de consumo em todo o mundo.
O texto também reafirma a tendência de alta no consumo de cocaína no Brasil A taxa de usuários passou de 0,4% em 2001 para 0,7% da população entre 12 e 65 anos em 2005.


Texto Anterior: Foco: Após sumiço, governador americano admite viagem com amante argentina
Próximo Texto: Eleição em Buenos Aires vira prévia da oposição para 2011
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.