São Paulo, quinta-feira, 25 de julho de 2002

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ARGENTINA

Caso atrapalha candidatura

Menem será investigado por evasão de divisas

JOÃO SANDRINI
DE BUENOS AIRES

O ex-presidente argentino Carlos Menem (1989-1999) vai ser investigado por suposta evasão fiscal de divisas em um processo que pode levar à cassação vitalícia de seus direitos políticos e impedir sua candidatura à Presidência na eleição de março.
As suspeitas sobre o ex-presidente surgiram na última terça-feira, quando o próprio Menem admitiu que possuía uma conta bancária na Suíça na qual estavam depositados US$ 600 mil.
A afirmação foi feita quando ele tentava se defender das acusações de que teria recebido suborno de US$ 10 milhões para encobrir a suposta responsabilidade do Irã no atentado à sede da comunidade judaica em Buenos Aires, ocorrido em 1994 e que deixou 85 mortos.
Segundo Menem, os US$ 600 mil seriam provenientes de uma indenização do governo que teria sido paga por sua prisão durante o último regime militar (1976-1983), e não de um suborno.
Mas, antes desta semana, Menem já havia negado diversas vezes que possuísse qualquer conta na Suíça ou dinheiro no exterior.
Por isso, o ex-presidente será agora investigado pelo Departamento Anticorrupção, um órgão criado pelo ex-presidente Fernando de la Rúa (1999-2001) para fiscalizar denúncias de atos irregulares praticados por funcionários do governo.
Menem poderá ser processado por evasão de divisas ao exterior, crime que implicaria uma pena de três a nove anos de prisão. Além disso, ele será investigado por omissão maliciosa de informações, crime que pode cassar seus direitos políticos e impedi-lo de concorrer novamente em eleições por tempo indeterminado.
Depois de ficar preso até novembro do ano passado por suposto contrabando de armas para a Croácia e o Equador, Menem aparecia como o principal pré-candidato do Partido Justicialista (peronista) para a eleição presidencial de março.



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