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IRAQUE SOB TUTELA
Tropas ganham reforço; onda de ataques em Bagdá mata 13
Alvo de protestos, Bush diz que vence guerra ao terror
DA REDAÇÃO
Em discurso ontem para militares e seus familiares no Estado de
Idaho, o presidente George W.
Bush disse que os EUA continuarão no Iraque e vencerão "a guerra contra o terrorismo". A fala em
tom de promessa vem num momento em que cresce a pressão interna para que as tropas voltem.
"Enquanto for presidente, ficaremos, lutaremos e venceremos a
guerra contra o terrorismo", afirmou. Foi o segundo discurso só
nesta semana, num esforço para
tentar ampliar o apoio à guerra.
Bush inclui ainda a campanha
afegã no esforço de guerra. "Completaremos nosso trabalho no
Afeganistão e no Iraque", disse.
"Uma diminuição imediata de
nossas tropas no Iraque, ou no
Oriente Médio, seria como criar
um campo de preparação para o
lançamento de mais ataques."
O presidente fez questão de valorizar o sacrifício das famílias
dos que são enviados ao Iraque e,
após o discurso, se encontrou
com parentes desses militares.
Cindy Sheehan, que perdeu um
filho no Iraque, tem liderado protestos pacifistas, fazendo vigília
perto do rancho de Bush no Texas, para onde ele voltaria ontem.
O novo discurso veio no mesmo
dia em que o Departamento da
Defesa anunciou um reforço de
1.500 soldados no contingente
militar no Iraque, contrariando
expectativas de uma redução. A
justificativa foi a aproximação das
votações previstas para outubro
(referendo sobre a Constituição) e
dezembro (eleições gerais).
A programação é que o novo
grupo chegue ao Iraque antes de
15 de outubro, para quando está
marcado o referendo, e fique por
120 dias. Os EUA já haviam anunciado recentemente um reforço
no efetivo para vigiar presídios.
Apesar de o anúncio de ontem
estar condicionado às próximas
votações, a seqüência do processo
dentro do prazo ainda é incerta.
Na véspera de vencer o segundo
adiamento da aprovação pelo
Parlamento da Constituição, clérigos sunitas criticaram o esboço
existente, afirmando que é muito
secular e ameaça a unidade.
Houve ainda a acusação de que
o Ministério do Interior, controlado pelos xiitas, tem promovido
uma campanha de prisões em
Madain, cidade de maioria sunita,
para evitar que os detidos cumpram o prazo de registro eleitoral.
Outra complicação foi o fato de
um ministro e 21 parlamentares
ligados a Muqtada Al Sadr anunciarem ontem o afastamento por
tempo indefinido de suas funções
em protesto pelo ataque ao QG do
clérigo xiita em Najaf. As instalações foram incendiadas depois de
conflitos entre partidários e oponentes de Al Sadr, os quais deixaram também quatro mortos.
Violência
Em Bagdá, ataques de insurgentes com carros-bomba, tiros e granadas a policiais deixaram ao menos 13 mortos e 43 feridos. As
ações foram coordenadas, reuniram dezenas de insurgentes mascarados, de uniformes pretos, e,
nas ruas, geraram combates que
avançaram por mais de uma hora.
Em mais dois ataques ontem,
houve oito mortes. Em Bagdá,
quatro seguranças do vice-ministro da Justiça foram mortos na segunda tentativa em dois dias de
assassiná-lo. Numa cidade sunita,
um atirador matou quatro peregrinos xiitas num ônibus.
Com agências internacionais
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