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CIA interroga
detidos fora do
país, diz jornal
DA REDAÇÃO
Reportagem publicada
ontem pelo diário americano "The Washington Post"
afirma que a CIA, agência de
inteligência dos EUA, está tirando prisioneiros do Iraque para interrogá-los, prática que, segundo especialistas, fere a Convenção de Genebra. A Justiça americana
deu suporte à prática, expedindo um memorando confidencial que autoriza a remoção dos prisioneiros: "Esse memorando é um sinal
verde. A CIA o usa para retirar pessoas do Iraque", disse
um oficial da CIA ligado à
operação ao "Post".
Além de permitir que prisioneiros sejam interrogados fora do Iraque, ainda
que por tempo limitado, o
documento dá autonomia
para a expulsão de estrangeiros considerados ilegais pelas leis locais de imigração.
Para especialistas em direito internacional, o memorando fere o artigo 49 da
Convenção de Genebra, que
protege civis em períodos de
guerra ou ocupação militar.
O tratado proíbe também
que transferências individuais ou em massa e deportações de pessoas protegidas
em territórios ocupados.
Dois senadores dos EUA
criticaram a possível violação dos tratados internacionais. Em entrevista à TV
ABC, o senador republicano
pelo Estado do Arizona,
Jonh McCain, prisioneiro de
guerra no Vietnã, afirmou
que essas regras existem para evitar atitudes autoritárias: "O que nos torna diferentes do inimigo é o respeito pelos direitos humanos".
McCain disse ainda que a
reportagem do "Washington Post" sobre a transferência de prisioneiros é outro
argumento para uma reforma na CIA. O Congresso
americano avalia a possibilidade de reformular o sistema de inteligência do país
-a CIA sofre duras críticas
desde o 11 de Setembro-,
incluindo a criação de uma
nova agência.
O alvo das críticas do senador democrata Joseph Biden, do Estado de Delaware,
foi o Poder Judiciário: "Acho
que também precisamos de
novas lideranças no Departamento de Justiça".
Com agências internacionais
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