São Paulo, terça-feira, 25 de novembro de 2003

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EX-URSS

Líderes políticos interinos buscam consolidar poder

Nova presidente exige de militares manutenção da ordem na Geórgia

DA REDAÇÃO

Um dia depois da renúncia do presidente Eduard Shevardnadze, ocorrida por conta da forte pressão popular que pesava sobre ele, os novos líderes da Geórgia buscaram ontem consolidar seu poder, forçando a saída do ministro do Interior, Koba Narchemashvili. Eles exortaram as forças de segurança a manter a ordem e a população a acalmar-se.
A presidente interina, Ninó Burdzhanadze, que comandará o país até a eleição presidencial, enviou uma ordem ao comando das Forças Armadas, aos chefes de polícia e às forças de segurança do Estado, dizendo que a calma deve ser mantida no país (de cerca de 5 milhões de habitantes). O pleito deverá ocorrer em até 45 dias.
Burdzhanadze convocou uma sessão especial do Parlamento -que ocorrerá hoje. A Casa terá como uma de suas últimas atribuições convocar a eleição presidencial. Esta deverá ser realizada no início de janeiro.
Mikhail Saakashvili, o líder oposicionista que comandou os protestos populares -que provocaram a renúncia de Shevardnadze-, afirmou que há o temor de que a violência fique fora de controle por conta das intenções separatistas de certas facções da oposição. Ele disse ainda que a eleição legislativa deverá ocorrer no dia da eleição presidencial, porém isso não foi confirmado pelo novo governo georgiano.
"A campanha de desobediência civil acabou. A ordem deve ser restabelecida no país, e quero que a polícia ponha fim a qualquer ato realizado por pessoas ou grupos armados", afirmou Saakashvili, na capital -Tbilisi-, durante uma entrevista coletiva.
Burdzhanadze, cuja autoridade foi reforçada pelo apoio dos EUA, exortou o Ocidente a ajudar o país, que está "bastante empobrecido" e corre o risco de ter uma "catástrofe orçamentária".
Shevardnadze disse à TV alemã ZDF que continuará na Geórgia, a sua "pátria". Berlim reiterou ontem que ele seria "bem-vindo". Ele estava em sua casa, perto de Tbilisi, após rumores de que teria já partido para a Alemanha.


Com agências internacionais


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