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Paramilitares na Colômbia pedem comissão da verdade
Chefes desmobilizados defendem que órgão civil receba confissões de seus crimes
Grupo insta seus antigos aliados - como políticos, empresários e forças de segurança- a também confessarem suas ações
DA REDAÇÃO
Líderes paramilitares desmobilizados defenderam a
criação de uma comissão da
verdade civil em que possam
confessar suas ações durante os
cerca de 40 anos de conflito armado na Colômbia e pediram
que seus "aliados" na política,
no empresariado e nas forças
de segurança façam o mesmo.
O anúncio, na noite de anteontem, coincide com escândalos sobre o suposto laço de
parlamentares e ex-membros
do governo com os paramilitares -que incluiu o pedido de
prisão de três congressistas.
"Entendemos que uma peça-chave da Lei de Justiça e Paz
[que regula a desmobilização] é
a confissão do que ocorreu na
recente história da nossa tragédia nacional", diz a carta assinada por líderes da AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia)
-60 dos quais estão presos em
La Ceja, perto de Medellín, como parte do acordo de paz com
o governo de Álvaro Uribe.
"O conhecimento da verdade
total é decisivo para o fortalecimento da democracia, a reconciliação nacional e o perdão",
segue o texto. "Pedimos a todos
que foram nossos impulsores,
colaboradores, beneficiários
diretos, empresários, industriais, dirigentes políticos e sindicais, líderes regionais e locais,
membros das forças de segurança, entre outros, que nos
acompanhem sem apreensão
nem temor nessa tarefa."
"Não queremos parecer delatores", encerra a carta, numa
frase interpretada pela imprensa local como chantagem.
As AUC foram criadas nos
anos 80 para combater as guerrilhas de esquerda com o apoio
do Estado, mas deixaram em
seu rastro milhares de mortes.
Como parte do processo de paz,
cerca de 30 mil deles se desmobilizaram e agora esperam julgamento em cortes especiais,
com pena máxima de oito anos.
As autoridades investigam
cinco políticos -inclusive dois
senadores- acusados de usar
esses grupos para roubar dinheiro público, matar opositores e extorquir eleitores.
Com agências internacionais
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