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Comissão nomeia hoje líder do Partido Socialista francês
Vitória de Martine Aubry em eleição na semana passada é contestada pela rival e ex-presidenciável Ségolène Royal
Vencedora será primeira mulher a liderar agremiação hoje na oposição e terá de reconciliar legenda, que sai do pleito ainda mais cindida
DA REDAÇÃO
A comissão do Partido Socialista (PS) francês encarregada
de revisar o controverso resultado da eleição interna da semana passada deve proclamar
oficialmente hoje o nome da
nova secretária-geral da agremiação. O pleito foi vencido pela prefeita de Lille, Martine
Aubry, por 42 votos e contestado pela rival Ségolène Royal.
O voto dos militantes, registrado na última quinta-feira,
pretendia dar novo fôlego ao
PS, abalado por sucessivas derrotas eleitorais e brigas internas, que acirram a crise ideológica do partido.
Mas em vez de reunificar a legenda, o pleito acabou acentuando o racha entre Royal,
candidata mais liberal e favorável a alianças com partidos centristas, e o bloco da velha-guarda socialista, liderado por
Aubry, mais à esquerda.
Formada por 13 caciques do
partido, a comissão recolheu
ontem contestações dos dois
lados e passou um pente fino
nos resultados coletados em algumas das 105 seções do PS em
todo o país.
Os partidários de Royal
apontaram supostas irregularidades em cerca de 40 seções,
muitas delas na região norte,
reduto eleitoral de Aubry.
Os "royalistas" contestam o
anúncio oficial da direção do
PS, segundo o qual a prefeita de
Lille ficou com 50,02% dos
134.784 votos válidos, contra os
49,98% de Royal na eleição
ocorrida na quinta-feira.
Royal pressiona por uma nova eleição, possivelmente em
janeiro, como única forma de
acabar com a polêmica sobre o
resultado da votação, que também é contestado pela rival.
Aubry alega que sua vitória
foi por uma margem maior do
que o anunciado e aponta supostas fraudes em ao menos sete seções. Mas ao contrário do
campo adversário, onde há tensão, os aliados de Aubry se dizem "tranqüilos" e apostam na
confirmação de sua vitória.
Fontes graduadas no partido
afirmam que a comissão deve
confirmar a vitória de Aubry,
que se tornaria a primeira mulher a comandar a agremiação.
Ela também sairia na frente para assumir a candidatura socialista na eleição presidencial de
2012 -o PS perdeu as últimas
três eleições presidenciais.
Redução da jornada
Filha de Jacques Delors, ex-presidente da Comissão Européia, Aubry, 58, ficou famosa
sob o governo socialista do premiê Lionel Jospin (1997-2002).
Então ministra do Trabalho,
ela comandou a mudança de lei
que impôs a redução da jornada
de trabalho semanal de 39 para
35 horas, depois desmantelada
pelo atual governo, direitista.
Analistas prevêem que, mesmo com a eventual confirmação de Aubry, o PS seguirá rachado e enfraquecido. Desta
forma, o grande vencedor da
crise socialista até agora é o
presidente Nicolas Sarkozy,
que se beneficia de um cenário
político onde a oposição fragmentada não representa ameaça a curto e médio prazo.
Com agências internacionais
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