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Confronto com Clarín atinge fábrica de jornal
DE BUENOS AIRES
A gestão da fábrica de papel
jornal Papel Prensa provoca cada vez mais tensão entre o governo de Cristina Kirchner e o
Grupo Clarín, maior conglomerado de mídia da Argentina.
O Grupo Clarín é acionista
majoritário da fábrica, que provê papel aos seus diários e ao de
seu sócio, "La Nación". Como
proprietários da empresa, ambos adquirem o papel com desconto. O Estado possui 27% do
capital da Papel Prensa.
O ministro da Economia,
Amado Boudou, disse ontem
que repassará ao Congresso supostas irregularidades administrativas na Papel Prensa.
Já o secretário de Comércio
Interior, Guillermo Moreno,
solicitou à Justiça "exame psiquiátrico" para averiguar a "sanidade mental" do vice-presidente da Papel Prensa e diretor
de Comunicações Externas do
Grupo Clarín, Jorge Rendo.
Rendo denunciara Moreno
por "abuso de poder e intimidação". A acusação é calcada em
relato de um membro do conselho administrativo da Papel
Prensa de que Moreno anunciou que o governo tomaria medidas para "expropriar" a firma.
Moreno alegou na Justiça
que a versão é "uma fantasia
midiática", argumento com o
qual pediu o exame em Rendo.
"Queremos ter uma empresa
que dê orgulho aos seus acionistas, e não vantagens a eles",
disse Boudou. O ministro insinuou prática monopolista da
Papel Prensa, ao afirmar que "a
liberdade de imprensa também
se defende com a garantia de
acesso aos insumos".
Advogados da Papel Prensa
declararam que se trata de "um
novo ataque à liberdade de imprensa" por parte do governo.
O Grupo Clarín, que adota
tom crítico ao governo Cristina, acredita ser alvo de sucessivas medidas oficiais para lesá-lo, entre as quais estão a realização de uma blitz da Receita
Federal na sede do diário "Clarín" e em residências de diretores do grupo e a sanção da Lei
de Serviços Audiovisuais, que
obrigará o Clarín a reduzir seus
negócios no mercado de TV.
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