|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Grupo golpista da Guiné quer poder por dois anos
Militares nomeiam capitão presidente interino
DA REDAÇÃO
O grupo militar que anunciou um golpe de Estado na
Guiné (oeste da África) anteontem quer manter-se no poder
por dois anos, antes de realizar
eleições presidenciais, e proclamou seu líder, o capitão Moussa Dadis Camara, presidente
interino do país.
O grupo, que se intitula Conselho Nacional pela Democracia e Desenvolvimento, promoveu o golpe horas depois da
morte natural do presidente
Lansana Conté, que governou o
país por 24 anos. Os golpistas
primeiro haviam anunciado
eleições livres em 60 dias, mas
no dia seguinte estenderam o
prazo até dezembro de 2010,
apesar de dizerem que não têm
"ambição de ficar no poder".
A ação golpista levanta o temor de que ocorram episódios
de violência na Guiné, o maior
produtor mundial de bauxita e
dono de solo rico em ouro e diamantes. Sua economia deteriorada, com altas taxas de inflação e desemprego, faz do país
um dos mais pobres do mundo.
O primeiro-ministro Ahmed
Tidiane Souaré, que até ontem
sustentava que o governo do
país não fora dissolvido pelo
golpe, ontem pediu ajuda à comunidade internacional para
impedir a ação golpista.
A ONU, a União Africana
(UA), os EUA e a União Européia condenaram o golpe e pediram respeito à Constituição
do país -suspensa anteontem-, que determinava que o
líder da Assembléia Nacional
ocupasse o poder após a morte
de Conté. A UA também se reuniu, em caráter de urgência, para discutir a situação guineana.
Os golpistas não têm o apoio
dos principais generais do país,
mas sim de diversas unidades
das Forças Armadas. Eles
anunciaram toque de recolher
na Guiné, ocuparam emissoras
estatais de rádio e TV e controlam a maior base militar do
país, vizinha ao aeroporto internacional.
O golpe de anteontem não é
novidade na história guineana:
o presidente morto Conté também havia tomado o poder por
meio de um golpe de Estado,
em 1984, após a morte do presidente Ahmed Sekou Touré, que
governava o país desde a independência da França, em 1958.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Saiba mais: País abriga pelo menos 250 grupos Próximo Texto: Protesto: Parte de grupo de refugiados palestinos deixa Brasília Índice
|