São Paulo, quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

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Grupo golpista da Guiné quer poder por dois anos

Militares nomeiam capitão presidente interino

DA REDAÇÃO

O grupo militar que anunciou um golpe de Estado na Guiné (oeste da África) anteontem quer manter-se no poder por dois anos, antes de realizar eleições presidenciais, e proclamou seu líder, o capitão Moussa Dadis Camara, presidente interino do país.
O grupo, que se intitula Conselho Nacional pela Democracia e Desenvolvimento, promoveu o golpe horas depois da morte natural do presidente Lansana Conté, que governou o país por 24 anos. Os golpistas primeiro haviam anunciado eleições livres em 60 dias, mas no dia seguinte estenderam o prazo até dezembro de 2010, apesar de dizerem que não têm "ambição de ficar no poder".
A ação golpista levanta o temor de que ocorram episódios de violência na Guiné, o maior produtor mundial de bauxita e dono de solo rico em ouro e diamantes. Sua economia deteriorada, com altas taxas de inflação e desemprego, faz do país um dos mais pobres do mundo.
O primeiro-ministro Ahmed Tidiane Souaré, que até ontem sustentava que o governo do país não fora dissolvido pelo golpe, ontem pediu ajuda à comunidade internacional para impedir a ação golpista.
A ONU, a União Africana (UA), os EUA e a União Européia condenaram o golpe e pediram respeito à Constituição do país -suspensa anteontem-, que determinava que o líder da Assembléia Nacional ocupasse o poder após a morte de Conté. A UA também se reuniu, em caráter de urgência, para discutir a situação guineana.
Os golpistas não têm o apoio dos principais generais do país, mas sim de diversas unidades das Forças Armadas. Eles anunciaram toque de recolher na Guiné, ocuparam emissoras estatais de rádio e TV e controlam a maior base militar do país, vizinha ao aeroporto internacional.
O golpe de anteontem não é novidade na história guineana: o presidente morto Conté também havia tomado o poder por meio de um golpe de Estado, em 1984, após a morte do presidente Ahmed Sekou Touré, que governava o país desde a independência da França, em 1958.


Com agências internacionais


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