São Paulo, sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

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Senado finalmente aprova embaixador de Obama para o Brasil

Thomas Shannon tem o seu nome aceito para vaga que era de Clifford Sobel sete meses após indicação

DE WASHINGTON

Poucas horas depois de aprovar a reforma do sistema de saúde pública e minutos antes de entrar em seu recesso de fim de ano, do qual só volta em 19 de janeiro, o Senado americano aprovou o nome do novo embaixador dos Estados Unidos para o Brasil, Thomas Shannon. Com isso, encerrou uma novela que se esticava por quase sete meses, já que o diplomata foi indicado por Barack Obama para o cargo em 27 de maio.
Nos próximos dias, Shannon será oficializado no cargo em cerimônia no Departamento de Estado e deve chegar ao Brasil na segunda semana de 2010, para apresentar suas credenciais ao governo brasileiro. Na mesma época, coincidentemente, o novo embaixador brasileiro para os Estados Unidos, Mauro Vieira, deve fazer o mesmo em Washington, aonde chega no dia 8 de janeiro.
Desfaz-se assim uma situação que caminhava para um incidente diplomático. Ex-secretário assistente para Assuntos do hemisfério Ocidental, cargo que ocupou durante parte do governo de George W. Bush (2001-2009) e manteve nos primeiros meses de Obama, Shannon teve seu nome bloqueado por três senadores com agendas diferentes e em momentos distintos do processo de aprovação.
O primeiro, Charles Grassley, reclamou do fato de o diplomata ter defendido o fim da taxação ao etanol brasileiro cobrada hoje pelos EUA. O segundo, Jim DeMint, questionou a posição a princípio dura dos Estados Unidos em relação ao golpe hondurenho. O último, o novato George LeMieux, representando interesses da ala mais conservadora da comunidade cubano-americana da Flórida, dizia que Shannon havia sido leniente com o regime castrista em sua gestão.
Com muitas negociações de bastidores, que envolveram telefonemas e mesmo uma visita ao Senado da secretária de Estado, Hillary Clinton, e na qual a Chancelaria americana assegurou aos senadores queixosos que era sensível a suas preocupações, as resistências foram sendo quebradas. Com isso, Obama completa os nomes principais de seu time para a América Latina.
Semanas antes, foi aprovado o nome do sucessor de Shannon como diplomata número um para a região, Arturo Valenzuela, e da representante americana na OEA (Organização dos Estados Americanos), Carmen Lomellin. Eles juntam-se a Dan Restrepo, responsável pela América Latina no Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
Diplomata de carreira, Shannon é considerado hábil negociador e conhecedor do subcontinente e do Brasil, onde ocupou um cargo antes, entre 1989 e 1992. Ele substitui em Brasília o embaixador Clifford Sobel. (SÉRGIO DÁVILA)


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