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Senado finalmente aprova embaixador de Obama para o Brasil
Thomas Shannon tem o seu nome aceito para vaga que era de Clifford Sobel sete meses após indicação
DE WASHINGTON
Poucas horas depois de aprovar a reforma do sistema de
saúde pública e minutos antes
de entrar em seu recesso de fim
de ano, do qual só volta em 19
de janeiro, o Senado americano
aprovou o nome do novo embaixador dos Estados Unidos
para o Brasil, Thomas Shannon. Com isso, encerrou uma
novela que se esticava por quase sete meses, já que o diplomata foi indicado por Barack Obama para o cargo em 27 de maio.
Nos próximos dias, Shannon
será oficializado no cargo em
cerimônia no Departamento de
Estado e deve chegar ao Brasil
na segunda semana de 2010,
para apresentar suas credenciais ao governo brasileiro. Na
mesma época, coincidentemente, o novo embaixador brasileiro para os Estados Unidos,
Mauro Vieira, deve fazer o mesmo em Washington, aonde
chega no dia 8 de janeiro.
Desfaz-se assim uma situação que caminhava para um incidente diplomático. Ex-secretário assistente para Assuntos
do hemisfério Ocidental, cargo
que ocupou durante parte do
governo de George W. Bush
(2001-2009) e manteve nos
primeiros meses de Obama,
Shannon teve seu nome bloqueado por três senadores com
agendas diferentes e em momentos distintos do processo
de aprovação.
O primeiro, Charles Grassley, reclamou do fato de o diplomata ter defendido o fim da taxação ao etanol brasileiro cobrada hoje pelos EUA. O segundo, Jim DeMint, questionou a
posição a princípio dura dos
Estados Unidos em relação ao
golpe hondurenho. O último, o
novato George LeMieux, representando interesses da ala mais
conservadora da comunidade
cubano-americana da Flórida,
dizia que Shannon havia sido
leniente com o regime castrista
em sua gestão.
Com muitas negociações de
bastidores, que envolveram telefonemas e mesmo uma visita
ao Senado da secretária de Estado, Hillary Clinton, e na qual
a Chancelaria americana assegurou aos senadores queixosos
que era sensível a suas preocupações, as resistências foram
sendo quebradas. Com isso,
Obama completa os nomes
principais de seu time para a
América Latina.
Semanas antes, foi aprovado
o nome do sucessor de Shannon como diplomata número
um para a região, Arturo Valenzuela, e da representante americana na OEA (Organização
dos Estados Americanos), Carmen Lomellin. Eles juntam-se
a Dan Restrepo, responsável
pela América Latina no Conselho de Segurança Nacional da
Casa Branca.
Diplomata de carreira, Shannon é considerado hábil negociador e conhecedor do subcontinente e do Brasil, onde
ocupou um cargo antes, entre
1989 e 1992. Ele substitui em
Brasília o embaixador Clifford
Sobel.
(SÉRGIO DÁVILA)
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