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São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 2003

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COLÔMBIA

Uribe pediu que Lula classifique Farc como terrorista

Itamaraty teme atentados contra diplomatas brasileiros em Bogotá

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Itamaraty avalia que o risco de um atentado contra diplomatas brasileiros na Colômbia aumentou com a recente evolução do conflito entre o governo e as guerrilhas. O pedido do governo de Álvaro Uribe para que o Brasil reconheça as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) como grupo terrorista deixa o país numa situação delicada.
Se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atender o pleito de Uribe, as Farc poderiam retaliar o país atacando, por exemplo, a Embaixada do Brasil em Bogotá. Se negar o pedido, o grupo paramilitar de direita AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia) é que ficaria irritado, podendo ter a missão brasileira como possível alvo.
Segundo a Folha apurou, está sob exame a possibilidade de reforçar a segurança da embaixada brasileira no país. Em princípio, o Brasil não deverá condenar as Farc como grupo terrorista, até porque não existe uma lista desse tipo no Brasil. A idéia é condenar os atos terroristas, não o grupo diretamente.
A segurança dos representantes do governo brasileiro na Colômbia já é reforçada há alguns anos. O governo brasileiro avalia que a solução para o conflito na Colômbia precisa passar pelo diálogo entre o governo e os grupos guerrilheiros. Uma vitória militar na Colômbia é impossível, na visão corrente no Itamaraty.
Para o Brasil, o governo e as Farc estão numa queda-de-braço para enfraquecer o outro lado antes de uma inevitável negociação. Os recentes atentados, na opinião do Itamaraty, fortaleceram as guerrilhas, que demonstraram ser capazes de ações ousadas.


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