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COLÔMBIA
Uribe pediu que Lula classifique Farc como terrorista
Itamaraty teme atentados contra diplomatas brasileiros em Bogotá
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Itamaraty avalia que o risco
de um atentado contra diplomatas brasileiros na Colômbia aumentou com a recente evolução
do conflito entre o governo e as
guerrilhas. O pedido do governo
de Álvaro Uribe para que o Brasil
reconheça as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) como grupo terrorista deixa
o país numa situação delicada.
Se o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva atender o pleito de Uribe,
as Farc poderiam retaliar o país
atacando, por exemplo, a Embaixada do Brasil em Bogotá. Se negar o pedido, o grupo paramilitar
de direita AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia) é que ficaria irritado, podendo ter a missão brasileira como possível alvo.
Segundo a Folha apurou, está
sob exame a possibilidade de reforçar a segurança da embaixada
brasileira no país. Em princípio, o
Brasil não deverá condenar as
Farc como grupo terrorista, até
porque não existe uma lista desse
tipo no Brasil. A idéia é condenar
os atos terroristas, não o grupo diretamente.
A segurança dos representantes
do governo brasileiro na Colômbia já é reforçada há alguns anos.
O governo brasileiro avalia que a
solução para o conflito na Colômbia precisa passar pelo diálogo entre o governo e os grupos guerrilheiros. Uma vitória militar na
Colômbia é impossível, na visão
corrente no Itamaraty.
Para o Brasil, o governo e as
Farc estão numa queda-de-braço
para enfraquecer o outro lado antes de uma inevitável negociação.
Os recentes atentados, na opinião
do Itamaraty, fortaleceram as
guerrilhas, que demonstraram ser
capazes de ações ousadas.
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