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Após 24 anos, Alemanha solta ex-terrorista
Brigitte Mohnhaupt, condenada a cinco penas de prisão perpétua, matou nove em ações de grupo radical
DA REDAÇÃO
Por decisão de um tribunal
de Stuttgart, foi ontem libertada, depois de 24 anos de prisão,
a ex-terrorista alemã Brigitte
Mohnhaupt, condenada a cinco
penas de prisão perpétua por
nove dos 34 assassinatos praticados pelo grupo radical Fração do Exército Vermelho.
Também conhecido como
Bando Baader-Meinhof, o grupo pretendia pela guerrilha urbana derrubar o governo "pró-imperialista" da Alemanha e
instituir um regime maoísta.
Mohnhaupt, hoje com 57
anos, estava na prisão feminina
de Aichach, na Baviera. Foi libertada às 3h da madrugada e
entregue a conhecidos.
Seu paradeiro não foi divulgado. A Justiça recebeu garantias de que ela terá um emprego
e deverá até 2012 informar em
pormenores suas atividades.
Ela não se arrependeu por
seus atos. Mas disse em fevereiro a um juiz que "luta armada já
é coisa do passado" e lamentou
o sofrimento dos familiares de
suas vítimas. Seu grupo se autodissolveu em 1998, depois de
longa inatividade.
Ela participou diretamente
ou da logística dos atentados
que vitimaram o procurador-geral Siegfried Buback e o presidente da confederação patronal alemã, Hanns-Martin
Schleyer. Também matou com
três tiros Jürgen Ponto, presidente do Banco Dresdner.
Confessou ainda ter atirado a
granada que feriu o comandante das forças americanas na
Alemanha, general Frederick
Kroesen, e a mulher dele.
Waltrude Schleyer, viúva de
Schleyer, declarou ontem que a
libertação de Brigitte Mohnhaupt lhe causava "úlcera". O
jornal "Bild" criticou a decisão
da Justiça e pediu a abertura de
um debate nacional sobre a clemência a ex-terroristas.
A libertação de Mohnhaupt
prejudicou indiretamente a
chanceler Angela Merkel, por
dividir as atenções no domingo
em que o governo festejava,
com 26 outros líderes, os 50
anos da atual União Européia.
Com agências internacionais
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