São Paulo, segunda-feira, 26 de março de 2007

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Após 24 anos, Alemanha solta ex-terrorista

Brigitte Mohnhaupt, condenada a cinco penas de prisão perpétua, matou nove em ações de grupo radical

DA REDAÇÃO

Por decisão de um tribunal de Stuttgart, foi ontem libertada, depois de 24 anos de prisão, a ex-terrorista alemã Brigitte Mohnhaupt, condenada a cinco penas de prisão perpétua por nove dos 34 assassinatos praticados pelo grupo radical Fração do Exército Vermelho.
Também conhecido como Bando Baader-Meinhof, o grupo pretendia pela guerrilha urbana derrubar o governo "pró-imperialista" da Alemanha e instituir um regime maoísta.
Mohnhaupt, hoje com 57 anos, estava na prisão feminina de Aichach, na Baviera. Foi libertada às 3h da madrugada e entregue a conhecidos.
Seu paradeiro não foi divulgado. A Justiça recebeu garantias de que ela terá um emprego e deverá até 2012 informar em pormenores suas atividades.
Ela não se arrependeu por seus atos. Mas disse em fevereiro a um juiz que "luta armada já é coisa do passado" e lamentou o sofrimento dos familiares de suas vítimas. Seu grupo se autodissolveu em 1998, depois de longa inatividade.
Ela participou diretamente ou da logística dos atentados que vitimaram o procurador-geral Siegfried Buback e o presidente da confederação patronal alemã, Hanns-Martin Schleyer. Também matou com três tiros Jürgen Ponto, presidente do Banco Dresdner.
Confessou ainda ter atirado a granada que feriu o comandante das forças americanas na Alemanha, general Frederick Kroesen, e a mulher dele.
Waltrude Schleyer, viúva de Schleyer, declarou ontem que a libertação de Brigitte Mohnhaupt lhe causava "úlcera". O jornal "Bild" criticou a decisão da Justiça e pediu a abertura de um debate nacional sobre a clemência a ex-terroristas.
A libertação de Mohnhaupt prejudicou indiretamente a chanceler Angela Merkel, por dividir as atenções no domingo em que o governo festejava, com 26 outros líderes, os 50 anos da atual União Européia.


Com agências internacionais


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