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Chávez sobe o tom contra a Colômbia, mas poupa Uribe
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
O presidente da Venezuela,
Hugo Chávez, lançou ontem os
mais duros ataques contra o governo colombiano desde o apaziguamento durante a reunião
do Grupo do Rio, ocorrida no
início do mês. O mandatário venezuelano, porém, evitou críticas diretas ao presidente da Colômbia, Álvaro Uribe.
"Quero acreditar que a doutrina Uribe não é a doutrina [do
ministro da Defesa, Juan Manuel] Santos. Esse é um ministro para a guerra, ele nos tem
como inimigos", disse Chávez,
durante entrevista coletiva a
jornalistas estrangeiros, transmitida pela estatal VTV.
Chávez demonstrou irritação com declarações recentes
de Santos em que o ministro
colombiano voltou a defender o
ataque realizado a um acampamento das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em território equatoriano
que matou o porta-voz das
Farc, Raúl Reyes.
Ao longo da entrevista, que se
estendeu por toda a tarde, Chávez procurou ao máximo separar Uribe de Santos e anunciou
que os dois já concordaram em
fazer uma reunião bilateral,
ainda sem data.
Chávez, que restabeleceu as
relações diplomáticas com Bogotá após a cúpula do Grupo do
Rio, realizada na República Dominicana, disse que, se houver
um aumento da tensão entre
Colômbia e Equador, ele dará
total apoio ao presidente equatoriano, Rafael Correa.
O presidente venezuelano
voltou a negar as informações
supostamente retiradas do
computador portátil de Reyes
segundo as quais Chávez teria
entregado armas e dinheiro à
guerrilha colombiana. "Não lhe
demos nada, nem um dólar,
nem um peso, nem uma munição", disse o venezuelano.
Chávez disse também que
perdeu o contato com as Farc e
que desconhece o estado de
saúde da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, seqüestrada há mais de seis anos.
Sobre a corrida presidencial
americana, Chávez afirmou
que o pré-candidato republicano John McCain pode ser um
presidente ainda pior do que o
colega de partido George W.
Bush e o chamou de "senhor da
guerra".
Hoje, Chávez visita o Brasil,
onde se encontra com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
em Recife. Amanhã, estará no
Maranhão e no Pará.
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