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Oposição faz primárias em busca de união em eleições
DE CARACAS
Partidos e forças de oposição
ao governo Hugo Chávez reunidos na Mesa de Unidade Democrática (MUD) realizaram ontem primárias para escolher 22
candidatos às eleições legislativas de setembro. A MUD anunciou que os demais 143 concorrentes opositores foram escolhidos por consenso, mas o processo deixou várias lideranças
descontentes.
O esforço da oposição -11
partidos nacionais e 40 regionais integram o grupo- busca
recuperar o espaço na Assembleia Nacional após o boicote às
eleições legislativas de 2005.
A escolha envolve candidatos
uninominais e por lista. A oposição escolheu Stalin González,
líder estudantil que ganhou notoriedade nos protestos contra
a não renovação da concessão
da RCTV pelo governo em
2007, como primeiro da lista
pelo distrito de Caracas.
A oposição decidiu incluir os
que consideram perseguidos
políticos nas listas. Segundo o
integrante da MUD Ramón José Medina, foi a maneira achada para "manter seus direitos
políticos" e denunciar a suposta parcialidade da Justiça. Será
candidato o ex-candidato a presidente Manuel Rosales -asilado no Peru em 2009 após ser
acusado de suposto enriquecimento ilícito.
Também fazem parte dois
ex-chefes de polícia condenados a 30 anos de prisão por terem comandado a repressão
durante o golpe frustrado contra Chávez em 2002.
Reunida desde novembro, a
MUD envolveu-se em controvérsias. No começo do mês, foi
anunciado que os candidatos
teriam de ter o equivalente a
US$ 4.500 para concorrer. A
mesa também decidiu excluir o
ex-governador de Miranda
Enrique Mendoza da lista de
candidatos, apesar das pesquisas de opinião favoráveis a ele.
As primárias aconteceram
em 8 dos 24 Estados do país. Na
região de Caracas, quatro concorrentes disputaram o posto
de candidato na circunscripção
2, no leste da cidade. Na zona
mais rica e antichavista da cidade, quem vencer deve garantir
o posto na Assembleia.
Nos colégios da área, eleitores fizeram filas para votar. "É
um processo para construir
uma alternativa democrática. A
nossa vida está muito complicada", disse a médica Ana de
García, 43, no colégio Dom
Bosco, em Altamira.
Mas na região de La Pastora,
no oeste da cidade, a oposição
teve uma mostra das dificuldades que enfrentará em 26 de setembro. O principal local de votação do bairro, majoritariamente chavista segundo as últimas eleições, estava vazio.
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