DA REDAÇÃO

No primeiro sinal de vida do militar israelense desde que ele foi capturado por militantes islâmicos, exatamente um ano antes, uma mensagem de áudio do cabo Gilad Shalit foi divulgada ontem pelo Hamas.
Na mensagem, cuja autenticidade foi confirmada pelos pais do soldado, Shalit diz que sua saúde está piorando e reclama da "falta de interesse" do governo israelense.
"Mãe e pai, irmã e irmão, meus amigos nas Forças de Defesa de Israel. Eu os cumprimento da prisão", diz Shalit, 20, em hebraico. "Passei um ano inteiro na prisão, minha saúde continua piorando e eu preciso de longa hospitalização. Lamento a falta de interesse do governo e do Exército israelenses no meu caso e sua recusa em atender as exigências das Brigadas Al Qassam [grupo ligado ao Hamas]."
A captura de Shalit por militantes radicais através de um túnel cavado a partir de Gaza, em 25 de junho de 2006, provocou um amplo ataque de Israel, que chegou a reocupar parte do território do qual havia se retirado. Mas a ofensiva não obteve a libertação do militar, tampouco as muitas tentativas de mediação feitas pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, e pelo governo egípcio.
O premiê israelense, Ehud Olmert, descartou ontem negociar com os seqüestradores de Shalit. "O Hamas não pode determinar a ordem do dia. [Seus membros] são extremistas, brutais e cruéis", disse Miri Eisin, porta-voz de Olmert.
Já a chanceler de Israel, Tzipi Livni, acusou o grupo islâmico de fazer "um uso cínico do sofrimento" de Shalit.
No domingo, o grupo Exército do Islã divulgou um vídeo do repórter Alan Johnston, da rede BBC, seqüestrado em Gaza no último dia 12 de março. Johnston aparece vestindo um colete de explosivos e alerta que eles serão detonados caso haja uma tentativa de resgatá-lo. O apelo, que está há mais de cem dias em cativeiro, do jornalista pode ser visto na página da BBC na internet (http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle-east/6235754.stm).