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Indicação de Blair como enviado à região gera críticas
DA REDAÇÃO
Tony Blair, que transfere
amanhã para Gordon Brown o
posto de premiê britânico, poderá ser hoje nomeado articulador do chamado Quarteto para o Oriente Médio, grupo formado por EUA, Rússia, União
Européia e ONU.
A informação, publicada pelo
"Financial Times", acrescenta
que sua missão seria a de reunir
condições para a governabilidade palestina, sem envolvimento com as negociações de
paz entre os palestinos e Israel.
Os integrantes do Quarteto se
reúnem hoje em Jerusalém para oficializar a decisão.
Apesar de sua visibilidade
pública e de sua experiência de
dez anos como premiê, Blair é
impopular no mundo árabe, em
razão de sua adesão acrítica, em
2003, à invasão americana do
Iraque. Na época Londres tomou como verdadeira a tese de
que Saddam Hussein possuía
um arsenal de destruição em
massa, o que não era verdade.
O Hamas reagiu de forma negativa ao convite feito ao ainda
chefe do governo britânico. "A
experiência de nosso povo com
Blair foi muito negativa, e agora
ele poderá piorar ainda mais as
coisas", disse à agência Reuters
Sami Abu Zuhri, um dos dirigentes do grupo.
Não estavam ontem definidos pontos logísticos importantes, como quem assegurará
a segurança pessoal de Blair e
quem pagará seus serviços.
A opção por seu nome partiu
da Casa Branca, onde o presidente George W. Bush tinha a
intenção de compensar um
precioso aliado que volta amanhã a ser um simples deputado.
Irritação em Londres
Mas o convite irritou duas
importantes fontes de poder
em Londres. O futuro premiê,
Gordon Brown, disse estar
"profundamente insatisfeito"
com a novidade, na medida em
que ela interferirá nos planos
que ele tem de promover, por
meios econômicos, a reconciliação israelo-palestina.
Por sua vez, o Ministério das
Relações Exteriores britânico
reagiu com mau humor por não
ter sido consultado. Javier Solana, representante diplomático da UE, considerou a nomeação de Blair inoportuna, diz o
"Financial Times", porque ela
interferiria nos seus próprios
esforços na região.
Na Rússia, o chanceler Serguei Lavrov discutiu a questão
com o presidente Vladimir Putin e decidiu não se opor à idéia.
O fato é que já se especulava,
em Londres, sobre a possibilidade de Blair ter como principal assessor na nova função o
seu atual chefe-de-gabinete,
Jonathan Powell.
Com agências internacionais
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