São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 2008

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Para Solana, falta explicar mais plano de imigração da UE

Criticado, bloco lança ofensiva de relações públicas

MARCELO NINIO
DE GENEBRA

A União Européia insiste em que a reação negativa causada pelo endurecimento de suas normas de imigração entre governos da América do Sul e grupos humanitários é pouco mais do que uma questão de relações públicas. Em visita ontem a Genebra, o chefe de política externa da UE, Javier Solana, disse que a diretiva aprovada na semana passada pelo Parlamento Europeu foi mal entendida.
"Se ela for bem explicada, a reposta será muito melhor. Faltou compreensão do que está contido na proposta", disse Solana ao ser abordado pela Folha sobre o assunto.
Assim como fizera na última sexta-feira, durante a cúpula do Conselho Europeu em Bruxelas, ele minimizou a ameaça do presidente venezuelano, Hugo Chávez, de cortar o fornecimento de petróleo a países que adotarem a norma. "Todos têm o direito de dizer o que pensam, mas me pareceu uma reação desproporcional."
As normas da UE, previstas para entrar em vigor em 2010, determinam a extradição de todo estrangeiro em situação irregular e detenção por até seis meses para aqueles que se negarem a abandonar os países do bloco. Pensadas como parte de um esforço para criar uma política de asilo e imigração comum no bloco a partir de 2010, as regras foram duramente criticadas por países sul-americanos, entre eles o Brasil -o presidente Lula disse que as medidas são fruto de xenofobia.
Solana explicou que a diretiva aprovada pelo Parlamento para unificar as normas poderá ser adaptada a cada país. "Ainda é uma proposta. Cada país poderá fazer adaptações ao transformá-la em lei", disse.
As explicações do chefe da diplomacia européia fazem parte de uma ofensiva de relações públicas iniciada durante a cúpula de Bruxelas por seu compatriota, o chanceler espanhol Miguel Ángel Moratinos, para apagar o incêndio causado pelo pacote antiimigração nas relações com a América Latina.
Na terça, dois altos diplomatas espanhóis reuniram embaixadores da região em Madri para explicar a diretiva, cuja meta, disseram, é proteger os direitos dos imigrantes expulsos.


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