|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Premiê britânico afirma desejar deixar o Afeganistão em 5 anos
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O premiê do Reino Unido,
David Cameron, disse ontem
que espera poder tirar os 10
mil militares que o país mantém no Afeganistão até 2015,
para quando estão previstas
as eleições gerais britânicas.
Perguntado, ao chegar ao
Canadá para cúpula do G20,
se as tropas britânicas já estarão de volta para casa até o
fim do seu mandato -que a
princípio tem duração de cinco anos-, Cameron afirmou:
"Quero que isso aconteça,
que não se enganem a respeito. Não podemos ficar por outros cinco anos, já tendo ficado por nove anos", afirmou à
TV SkyNews, em Huntsville.
"Queremos entregar aquilo que trará [para o país] o sucesso que queremos, o que
não é um Afeganistão perfeito, mas alguma estabilidade
e a capacidade para os afegãos governarem seu país."
Cameron alertou, no entanto, preferir "não tratar do
tema com prazos estritos".
"Uma coisa sobre a qual
temos que ser claros é que o
Reino Unido deveria ter uma
relação de longo prazo com o
Afeganistão, incluindo ajuda
para treinar as suas tropas e
preparar uma sociedade civil, muito tempo após as tropas terem voltado", afirmou.
Com cerca de 10 mil homens, o Reino Unido mantém o segundo contingente
mais numeroso da missão internacional no país asiático
-atrás apenas dos EUA, que
terão este ano até 100 mil.
A participação no conflito
é um tema sensível no país e
veio à tona durante a eleição
do mês passado, quando os
conservadores de Cameron,
em aliança com os liberais-democratas, encerraram 13
anos de governo trabalhista.
307 MORTOS
Além do alto custo financeiro, num momento em que
os principais desafios do Reino Unido são recobrar a economia e combater o deficit
fiscal e a dívida pública, pesam as mortes na guerra.
Nesta semana, as vítimas
britânicas da guerra iniciada
em 2001 chegaram a 307.
Durante a cúpula do G20,
Cameron deverá ter um encontro paralelo com o presidente dos EUA, Barack Obama, em que o conflito afegão
deverá ser assunto central.
O americano pretende iniciar sua retirada no ano que
vem -prazo que já vem sendo contestado- e se vê às
voltas com a crise que motivou uma troca de comando.
Auxiliares de Cameron
disseram, porém, que as declarações do premiê não indicam "mudança de estratégia", apenas "determinação
de fazê-la dar resultados".
Texto Anterior: Novo general revê regras de guerra afegã Próximo Texto: Análise/Guerra do Afeganistão: Petraeus assume luta que definiu em 2008 como "a mais árdua" Índice
|