São Paulo, sábado, 26 de junho de 2010

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Premiê britânico afirma desejar deixar o Afeganistão em 5 anos

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O premiê do Reino Unido, David Cameron, disse ontem que espera poder tirar os 10 mil militares que o país mantém no Afeganistão até 2015, para quando estão previstas as eleições gerais britânicas.
Perguntado, ao chegar ao Canadá para cúpula do G20, se as tropas britânicas já estarão de volta para casa até o fim do seu mandato -que a princípio tem duração de cinco anos-, Cameron afirmou:
"Quero que isso aconteça, que não se enganem a respeito. Não podemos ficar por outros cinco anos, já tendo ficado por nove anos", afirmou à TV SkyNews, em Huntsville.
"Queremos entregar aquilo que trará [para o país] o sucesso que queremos, o que não é um Afeganistão perfeito, mas alguma estabilidade e a capacidade para os afegãos governarem seu país."
Cameron alertou, no entanto, preferir "não tratar do tema com prazos estritos".
"Uma coisa sobre a qual temos que ser claros é que o Reino Unido deveria ter uma relação de longo prazo com o Afeganistão, incluindo ajuda para treinar as suas tropas e preparar uma sociedade civil, muito tempo após as tropas terem voltado", afirmou.
Com cerca de 10 mil homens, o Reino Unido mantém o segundo contingente mais numeroso da missão internacional no país asiático -atrás apenas dos EUA, que terão este ano até 100 mil.
A participação no conflito é um tema sensível no país e veio à tona durante a eleição do mês passado, quando os conservadores de Cameron, em aliança com os liberais-democratas, encerraram 13 anos de governo trabalhista.

307 MORTOS
Além do alto custo financeiro, num momento em que os principais desafios do Reino Unido são recobrar a economia e combater o deficit fiscal e a dívida pública, pesam as mortes na guerra.
Nesta semana, as vítimas britânicas da guerra iniciada em 2001 chegaram a 307.
Durante a cúpula do G20, Cameron deverá ter um encontro paralelo com o presidente dos EUA, Barack Obama, em que o conflito afegão deverá ser assunto central.
O americano pretende iniciar sua retirada no ano que vem -prazo que já vem sendo contestado- e se vê às voltas com a crise que motivou uma troca de comando.
Auxiliares de Cameron disseram, porém, que as declarações do premiê não indicam "mudança de estratégia", apenas "determinação de fazê-la dar resultados".


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